A Lógica da Produção-Consumo de um Bem Simbólico numa Comunidade Ubuntu: O Operador de Software Livre como Agente
Informações
Código: MKT2668
Divisão: MKT - Marketing
Tema de Interesse: Tema 02 - Cultura e Consumo
Autores
Nelson da Cruz Monteiro Fernandes, Osíris Luís da Cunha Fernandes, Fernando Gomes de Paiva Júnior
Resumo
A partir da perspectiva dos estudos culturais que tomam como seu objeto qualquerartefato que possa ser considerado cultural, o objetivo deste estudo consiste em compreendercomo o operador1 de software livre se torna um agente na relação produção/consumo de umbem simbólico. Mesmo que certos autores defendam que os padrões de consumo moderno epós-moderno indiquem que o controle sobre o nosso consumo é, na maior parte do tempo,uma fantasia, entendemos que isso não deixa de ser um elemento residual de autonomiadeixado no consumo e representa a possibilidade de recapturar a agência que se perdeu paraa maioria das pessoas. Isso formaria a base para a emergência do potencial produtivo doconsumidor. A perspectiva da agência permite uma análise do fenômeno de hibridização daprodução e do consumo trazendo contribuições e avanços para o campo do marketing com ainclusão da cultura no âmbito das suas análises. Para trazer mais consistência aosargumentos apresentados utilizaremos como caso ilustrativo as vivências ordinárias deindivíduos no ambiente da cibercultura. Para uma compreensão preliminar desse fenômenorealizamos observações sob inspiração da netnografia da dinâmica de comunicação em umacomunidade do Ubuntu2 sobre software livre. Esse espaço foi escolhido para investigar ocomportamento e as experiências dos operadores com as categorias de produção e consumo.A compreensão da ação no ciberespaço permite o desenho de um cenário em que osoperadores se deslocam entre o papel de produtores e consumidores sem se reportarem àfixidez de simplesmente atuarem como trabalhadores, produtores de valor ou somente comoapropriadores de valor. Seriam cocriadores de valores conforme definem Vargo e Lush(2004). Os resultados dessa análise permitem inferir que os operadores podem usar osrecursos colocados à sua disposição pelas novas tecnologias de informação e comunicação(TIC), na produção dos seus próprios signos e valores de uso. No entanto, não se podeesquecer que há, ainda, muitas organizações de grande porte que fazem uso das TIC paraapropriação do talento criativo dos indivíduos em proveito próprio, perpetuando um modelode produção alienante. A primeira tarefa de uma verdadeira crítica do marketing seria umaanálise a partir da “agência” para investigar que fenómenos podem criar um cenáriofavorável ao empoderamento dos operadores nesta fase da economia informacional; paravoltar à concepção de marketing como uma prática social que constrói a base da ordemcapitalista.
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