EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Estratégias de Aprendizagem Informal de Enfermeiros


Informações

Código: GPR2545
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 09 - Conhecimento, Aprendizagem e Competências

Autores

Daniela de Lima Conte, Diógenes de Souza Bido, Arilda Schmidt Godoy

Resumo

As organizações se esforçam em planejar processos de aprendizagem formais e cada vez maisreconhecem a importância da aprendizagem informal, apesar da dificuldade de se explicitar deforma quantitativa sua contribuição para o desempenho organizacional. A partir de Pantoja(2004) vários pesquisadores têm estudado estratégias de aprendizagem informal (EAI) e seusantecedentes. A principal contribuição deste trabalho é utilizar as EAI como preditoras daaprendizagem individual dos profissionais de enfermagem, ou seja, um contexto deprofissionais ainda não pesquisado e a possibilidade de avaliar a validade preditiva das EAI.As EAI são: busca de ajuda em material escrito, busca de ajuda interpessoal, reflexãoextrínseca, aplicação prática, reflexão intrínseca e reprodução, e foram mensuradas por trintaitens. A seguir as EAI foram usadas como preditoras da aprendizagem individual, que foimensurada como uma variável latente de segunda ordem, com as seguintes dimensões: afrequência, a importância da aprendizagem individual e o estoque de aprendizagemindividual. Os dados foram coletados em um hospital geral no estado de São Paulo, contandocom 163 respondentes (enfermeiros e técnicos de enfermagem). A análise dos dados foirealizada por meio da modelagem em equações estruturais com estimação por mínimosquadrados parciais, o que permitiu a avaliação do modelo de mensuração (validadeconvergente, discriminante e confiabilidade) e do modelo estrutural (significância doscoeficientes estruturais e tamanho do efeito – R2). Todas as variáveis latentes apresentaramvariância média extraída entre 0,48 e 0,66 (validade convergente), a raiz quadrada davariância média extraída foi superior às correlações entre as variáveis latentes (validadediscriminante) e a confiabilidade composta foi superior a 0,75, com exceção da aplicaçãoprática, que atingiu o valor de 0,60, sendo mensurada por apenas dois itens. Quanto aomodelo estrutural, observou-se que, na percepção desses profissionais, há algumapossibilidade de aprendizagem individual (média = 5,0 e desvio padrão = 2,2, em uma escalade 1 a 10). Apesar da Reflexão Intrínseca, Busca ajuda interpessoal, Busca ajuda materialescrito e Reflexão extrínseca não terem apresentado relação significante com a aprendizagemindividual, elas já são EAI utilizadas rotineiramente por esses profissionais (médias de 7,7 a8,5 e desvio padrão de 1,3 a 1,6). Apesar da reprodução (reprodução da informação semreflexão sobre seu conteúdo, sem qualquer análise ou reflexão de suas possíveis conexões) terapresentado relação significante com a aprendizagem individual (beta = 0,35, p < 0,01) teveum escore médio de apenas 2,6 (d.p. = 2,0), o que é coerente com as médias superiores a 8,0para a reflexão. Estes resultados podem ser explicados do ponto de vista estatístico pela maiorvariabilidade da reprodução do que das demais EAI e do ponto de vista prático entende-seque, de modo geral, é uma estratégia pouco usada, ainda assim, ela contribui para aaprendizagem individual, e pode estar associada à aprendizagem operacional, que ocorre nonível procedimental.

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