EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Competências para Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS): uma análise da experiência de uma instituição financeira pública


Informações

Código: GPR1962
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 09 - Conhecimento, Aprendizagem e Competências

Autores

Adriana Costa Barbosa, Janette Brunstein

Resumo

A Agenda 21, resultante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente eDesenvolvimento, colocou em pauta o compromisso entre os atores sociais na construção deum modelo de desenvolvimento sustentável. O evento foi um marco para a instauração deiniciativas locais de desenvolvimento sustentável, por meio da Agenda 21 local. Seguindoneste caminho, o BEP (nome fictício), uma instituição financeira pública, lançou o programade Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), com a promessa de impulsionar odesenvolvimento sustentável nas regiões onde está presente. Para a viabilização desteprograma, a instituição reconhece a necessidade de formar agentes corporativos preparadospara assumir este desafio. Frente a este cenário, o presente tem como objetivo compreendercomo ocorre o processo de desenvolvimento de competências de atores corporativos paraimplementação de projetos de DRS. O quadro teórico para análise das competências sesustenta pelas perspectivas dos autores franceses Zarifian (2001) e Le Boterf (2003),especialmente no que diz respeito à mobilização de recursos e saberes em determinadocontexto, na abordagem holística de competências de Cheetham e Chivers (1996; 1998), aqual contempla conhecimentos, capacidades específicas, características pessoais, ética evalores no trabalho, bem como na abordagem de Sandberg (2000), uma vez que o sentido queas pessoas atribuem ao trabalho refletem no desenvolvimento de competências. Já oreferencial teórico de DRS se sustentará na abordagem de Buarque (2006), a qual atribui aoDRS um instrumento de melhoria de qualidade de vida das comunidades, bem como nasdimensões de desenvolvimento sustentável abordadas por Sachs (2002): econômica, social,ambiental, política, cultural e territorial. Para responder aos objetivos propostos, foiconduzido um estudo de caso qualitativo. A análise de dados empregou o processo de análisetextual interpretativa, proposta por Gil Flores (1994). Os resultados desta pesquisa sinalizamque as ações formais contribuíram com conhecimentos para guiar a atuação dos gestores e asações informais auxiliaram no agir de acordo com as necessidades locais das comunidades.Os gestores também já começam a rever suas capacidades tradicionais, ampliando o sentidodo trabalho para além de indicadores quantitativos, como a maximização de lucro paraacionistas, mas avaliando seu trabalho de forma a contribuírem para o desenvolvimento dascomunidades. Como implicações práticas, o estudou evidencia a necessidade de se investir emações que estimulem experiências mais associadas às características de cada localidade. Ficaainda a sugestão para a organização pensar na lógica do DRS como uma nova concepção detrabalho a ser expandida por toda organização, de forma que os profissionais saiam de suazona de conforto e contribuam para a melhoria do entorno onde atuam. Já para a academia, opresente estudo contribuiu para lançar luz a um novo olhar sobre competências, em umadimensão pouco explorada (a dimensão político-societal), uma vez que a construção do DRSé alavancada por meio de processos participativos e exige uma atuação socialmenteresponsável por parte dos profissionais.

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