O Processo Repatriação na Visão de Profissionais Repatriados Brasileiros
Informações
Código: GPR1206
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 08 - Políticas, Modelos e Práticas em Gestão de Pessoas
Autores
Nicole Spohr, Maria Tereza Leme Fleury
Resumo
A internacionalização crescente vem aumentando o número de funcionários expatriados,enviados pelas empresas para viver e trabalhar no exterior. Tende-se acreditar que arepatriação, que é o retorno destes profissionais ao país de origem, é fácil, já que o indivíduoestá retornando para casa. Porém, os problemas associados à repatriação costumam serresponsáveis pela saída do profissional da multinacional que o expatriou, o que representauma perda significativa dos altos investimentos realizados. Considerando que a repatriação éum fenômeno complexo e que a retenção do profissional repatriado na organização é umaspecto fundamental para o aproveitamento do conhecimento adquirido e da rede derelacionamentos desenvolvida, esta pesquisa procurou analisar como se deu o processo derepatriação na visão de profissionais repatriados brasileiros. Foram entrevistados vintefuncionários repatriados brasileiros de empresas de capital nacional e estrangeiro. A análisedos dados indica que o processo de repatriação pode ser dividido em cinco etapas, sendo queas duas primeiras se dão ainda no país de destino da expatriação e as seguintes no país deorigem. A primeira fase envolve a negociação do cargo a ser ocupado no retorno ao Brasil,enquanto que a segunda etapa compreende as providências a serem tomadas para a preparaçãopara a volta. A fase três – adaptação profissional, já de volta ao país de origem, envolve aressocialização na unidade doméstica. A quarta etapa, adaptação pessoal, refere-se àreorganização da vida doméstica e a última etapa, denominada adaptação familiar, ocorreapenas nos casos em que a família acompanhou o expatriado durante a designação e envolve oretorno do cônjuge ao mercado de trabalho e a readaptação dos filhos à escola. A partir daanálise das políticas e práticas de repatriação, conclui-se que a perspectiva emergente semostra mais adequada para explicar a retenção dos repatriados, já que mesmo se a empresanão apoiar o funcionário durante a atribuição internacional, se oferecer uma posição adequadaàs suas expectativas, as chances de o repatriado deixá-la diminuem. Conclui-se, portanto, quea repatriação é um processo, dotado de cinco etapas, que tem início no país de destino daexpatriação e continua nos primeiros meses após a volta ao país de origem. Com relação àspolíticas e práticas adotadas, estas parecem ser mais de natureza logística e financeira do queestratégica. Apesar disso, foi identificado apenas um caso de saída do profissional daempresa, o que sugere que a satisfação com o cargo ocupado após a repatriação, que ocorreuna maioria dos casos, é a chave para entender a retenção de profissionais repatriados.
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