EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Cultura De Saúde: Percepção Dos Profissionais De Recursos Humanos De Uma Instituição Financeira Brasileira


Informações

Código: GPR1289
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 06 - Prazer e Sofrimento no Trabalho

Autores

Marcos José Campello Baptista, Natacha Bertoia da Silva

Resumo

O custo total do adoecimento e dos fatores de risco à saúde é habitualmente subestimado pelasempresas e compreende os custos com assistência médica, as alíquotas de custeio do SeguroAcidente do Trabalho – SAT e as perdas de produtividade (presenteísmo, absenteísmo e benefíciospor incapacidade). Uma boa gestão da saúde pode ser considerada uma questão de estratégiacompetitiva, tanto por causa dos custos envolvidos quanto por se tornar um fator deatração, retenção, engajamento e produtividade. Para isto, é necessária uma cultura organizacionalque suporte a saúde da força de trabalho como investimento estratégico e não apenascomo despesa, como tem sido desenvolvida por diversas organizações de atuação mundial.Esse tipo de cultura tem sido denominado na literatura como cultura de saúde. Contudo, poucasempresas realizam diagnósticos organizacionais específicos sobre o tema. Trata-se de umassunto recente, presente nas práticas de grandes organizações na primeira década do séculoXXI e para o qual há poucas ferramentas de diagnóstico disponíveis, além de existirem poucosestudos acadêmicos na literatura mundial e não foram encontrados estudos nacionais publicadosem periódicos e congressos da área. Esta realidade, sobretudo no ambienteorganizacional brasileiro, é o motivo central da realização do presente estudo cujo objetivo foidescrever a percepção da cultura de saúde dos profissionais de recursos humanos de uma instituiçãofinanceira brasileira, buscando identificar se existem diferenças em relação às variáveissócio-demográficas (sexo, idade, escolaridade, tempo de empresa e formaçãoacadêmica). Para tanto, foi aplicado uma adaptação de um instrumento de coleta de dadosdesenvolvido por Crimmis e Halberg (2009) em dois grupos de profissionais da área de recursoshumanos da empresa: profissionais envolvidos na gestão da saúde e do bem-estar (n = 77)e profissionais envolvidos em operações de RH (n = 69). Os resultados mostraram uma percepçãopositiva quanto à preocupação da empresa com a saúde dos empregados em ambos osgrupos, sendo que os valores mais relevantes foram os referentes ao valor dado pelas pessoasa manter um estilo de vida saudável. A percepção da utilidade dos programas de saúde oferecidospela empresa também foi favorável em ambos os grupos. A prioridade da empresa emmanter as pessoas saudáveis e produtivas e a prioridade dos colegas em incentivar um estilode vida saudável obtiveram as percepções menos favoráveis em ambos os grupos. As análisesestatísticas mostraram que o tempo de empresa pode influenciar a percepção da cultura desaúde, o que pode ser atribuído à implantação de diversos programas de promoção da saúdenos anos anteriores à realização da pesquisa. As análises também mostraram que a formaçãoacadêmica também pode influenciar a percepção da cultura de saúde, o que pode ser atribuídoà cultura ocupacional dos profissionais de saúde e segurança no trabalho. Assim, este estudopermitiu a validação, no contexto brasileiro, de uma ferramenta de fácil aplicação pelas organizaçõescom intuito de diagnosticar inicialmente e, mensurar os resultados na criação e consolidaçãode uma cultura de saúde.

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