EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Gestão Narcisista, Sofrimento e Adoecimento no Trabalho de Jornalistas


Informações

Código: GPR795
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 06 - Prazer e Sofrimento no Trabalho

Autores

Flavia Guerreiro, Emilio Peres Facas, Ana Magnólia Mendes, Marcus Vinicius Soares Siqueira

Resumo

A partir do referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho, esta pesquisa apresentauma análise da gestão do trabalho em que estão inseridos os profissionais do jornalismo. Talaporte teórico obtém sua base de conhecimento científico na análise da organização dotrabalho, do sofrimento, defesas e processo saúde-adoecimento. Uma das contribuições para oagravamento do sofrimento e, conseqüentemente das doenças, no trabalho é a culturanarcisista presente nas organizações atuais. O objetivo deste estudo é mostrar que a forma degestão adotada por uma organização como, por exemplo, das empresas jornalísticas, podecausar sofrimento e adoecer o indivíduo, prejudicando suas relações sociais fora do âmbito dotrabalho. Para tanto, foram entrevistados seis jornalistas afastados do trabalho por indicaçãopsiquiátrico-terapêutica devido ao desenvolvimento de psicopatologias vinculadas aotrabalho. A pesquisa busca responder à seguinte questão: como as formas de gestãoorganizacional nas empresas jornalísticas contemporâneas, quando imbuídas de característicasnarcisistas, podem influenciar no sofrimento do trabalho do jornalista. A partir da Análise doNúcleo de Sentido foi observado o modelo de gestão no qual os entrevistados estavaminseridos; os sentimentos quanto a este modelo de gestão revelado pelos entrevistados; asdescrições das relações socioprofissionais e as formas de defesa contra a organizaçãoadotados pelos entrevistados. No decorrer desta pesquisa, foram identificados diversosproblemas enfrentados pelos jornalistas dentro e fora do ambiente de trabalho, praticamentetodos causadores de desgaste físico e emocional. Nas entrevistas realizadas com os seisjornalistas afastados percebeu-se que a maior queixa diz respeito ao tempo, tanto no sentidodo deadline como na excessiva carga horária de trabalho. A pressão por um furo jornalísticotambém foi uma queixa apresentada pelos jornalistas entrevistados. Sabe-se que há algumtempo atrás os furos jornalísticos eram comuns e mais fáceis se comparados a essa Nova Erada Informação, em que há uma supressão do tempo e do espaço, dificultando a ação dojornalista de dar a notícia em primeira mão. Por isso, a pressão pelo furo pode se tornar ummotivo de sofrimento para o jornalista, causando ansiedade, estresse e, até mesmo, angústia.Trata-se de um tema que pode contribuir tanto para a área da Administração, por ser umestudo voltado para a gestão de empresas, como para o próprio campo de conhecimento daComunicação Social, devido aos raríssimos estudos sobre a sociologia do trabalho dosjornalistas.

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