Os Desafios em ser Sujeito em Âmbito da Gestão de Pessoas nas Organizações Contemporâneas
Informações
Código: GPR771
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 06 - Prazer e Sofrimento no Trabalho
Autores
Marcus Vinicius Soares Siqueira, Ana Magnólia Mendes
Resumo
O objetivo do artigo é o de analisar os desafios em ser sujeito nas organizaçõescontemporâneas no contexto da gestão de pessoas. Apesar do conceito de sujeito ser objeto deinúmeros debates entre sociólogos, psicólogos e filósofos, percebe-se dois elementos centraismuito presentes nestes debates: a autonomia e a mobilização política tendo em vista o coletivode trabalho. Estes fatores são essenciais quando se trabalha a emancipação do indivíduo e asestruturas de dominação. Na busca de uma gestão social do trabalho, é necessário revercriticamente a gestão de pessoas fundamentada em uma ideologia gerencialista e naracionalidade instrumental, e pensar em caminhos alternativos que possam melhorar aqualidade de vida dos indivíduos na sociedade contemporânea.Dessa forma, destacam-se duasfiliações teóricas que nos auxiliam neste processo de compreensão e de proposição: asociologia clínica e a psicodinâmica do trabalho. É por meio deste campo da sociologia e como complemento da clínica do trabalho, que se revela um novo pensar na relação do homemcom o seu trabalho, e a perspectiva de se alcançar sociedades livres de dominação, ao menosem termos relativos. Como este texto é um ensaio teórico, em termos metodológicos, ele serestringiu a uma pesquisa bibliográfica que evidenciasse o advento do sujeito na sociedadeatual, assim como os obstáculos em ser um indivíduo autônomo nas organizações modernas.Para tanto, é mister considerar o papel da escuta do trabalhador. A escuta, que privilegia umaquestão social, tem como pressupostos a psicanálise, pois considera o sujeito do inconsciente,a partir do momento em que é instrumentalizado pela palavra. Este é um espaço que precisaser conquistado nas organizações, resta o desafio de firmá-lo num contexto marcado pelaracionalidade e ideologia gerencialista, por uma gestão de pessoas focada no controle e emresultados, sustentada num discurso lógico e dominante. Como alternativa à gestão de pessoastradicional e voltada à objetividade, discute-se a gestão social do trabalho, que facilitaria emtese, o advento do sujeito. Dentre esses elementos ressalta-se necessidade em se abrir umespaço público da palavra, a maior participação do indivíduo no processo de tomada dedecisão, a não incorporação à dinâmica do reconhecimento de uma vertente da gestão doafetivo, do controle amoroso, fomentar a área de gestão de pessoas de modo a catalisar umprocesso contínuo de reavaliação da organização do trabalho, prevenindo o adoecimento doindivíduo, promover a gestão de resultados por meio do diálogo, desenvolver mecanismospara maior autonomia do indivíduo em termos do horário de trabalho, fazer com que autoresponsabilizaçãopela carreira não seja uma senha para frustrações e temores do indivíduopor não estar alcançando o máximo possível em termos de aprendizagem e desenvolvimentode suas habilidades, atitudes e conhecimentos. Estes são alguns dos tópicos abordados nesteestudo, e que possibilita um repensar na gestão de pessoas e nos obstáculos para ser sujeitonas organizações contemporâneas.
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