EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Perspectivas Teóricas sobre a Adaptação do Expatriado: uma Abordagem Multidimensional


Informações

Código: GPR130
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 03 - Gestão de Carreiras

Autores

Juan Miguel Rosa González, Miguel Eduardo Moreno Añez, Mauro Lemuel Alexandre, José Arimatés de Oliveira

Resumo

O presente artigo resgata as principais abordagens teóricas do fenômeno da expatriação naliteratura acadêmica internacional, apresentando uma panorâmica do estado da arte dapesquisa sobre a adaptação do expatriado ao país de destino. O trabalho visa mostrar aimpossibilidade de compreender um objeto de estudo tão complexo desde abordagensunidimensionais e salienta a perspectiva reducionista adotada até a data pela literaturaacadêmica brasileira sobre expatriação. Aponta-se o perigo de se aceitar uma falsa dicotomiaentre abordagens de cunho gerencial e abordagens socioculturais do fenômeno da expatriação,dicotomia não observável na literatura internacional. Após uma panorâmica geral sobre oaumento das movimentações internacionais de profissionais em virtude da globalizaçãoeconômica e do encurtamento das distâncias espaço-temporais, o texto apresenta as definiçõesmajoritariamente aceitas na literatura internacional da adaptação do expatriado ao país dedestino, coluna vertebral das pesquisas internacionais sobre expatriação. Resgatam-se desdeas primeiras aproximações teóricas ao fenômeno -a teoria da U-Curve (LYSGAARD, 1955) eo choque cultural (OBERG, 1954; 1960)- até as propostas mais recentes, que visamcompreender os processos psicológicos que atravessa o profissional expatriado durante aadaptação ao país hóspede. As abordagens de autores chave na literatura internacional poucoou nada contemplados pelos pesquisadores brasileiros -como Sussman, Kim, Berry ou Wardsãoanalisadas ao longo do trabalho, que permite observar a crescente complexidade einterdisciplinaridade dos enfoques teóricos sobre a adaptação do expatriado. Assim, sãoanalisados os modelos de Black, Mendenhall e Oddou (1991) e Parker e McEvoy (1993),principal referência teórica da literatura internacional sobre expatriação, mas também aspropostas de Berry (1990; 1997) sobre aculturação; as pesquisas de Ward, Okura, Kennedy eKojima (1998), Ward e Kennedy (1999), Ward e Rana-Deuba (1999; 2000) e Leong e Ward(2000) sobre adaptação sociocultural; a relação entre aculturação e estresse salientada porSánchez, Spector e Cooper (2000); o processo de estresse-adaptação-crescimento comogerador de uma nova personalidade intercultural (KIM, 1995; 2001; 2008); o Modelo deIdentidade Cultural (Cultural Identity Model - CIM) proposto por Sussman (2000; 2002); econceitos como o conflito de identidade (BAUMEISTER; SHAPIRO; TICE, 1985), o choquedo eu (ZAHARNA, 1989) e a redução da dissonância cognitiva cultural (MAERTZ;HASSAN; MAGNUSSON, 2009). O artigo conclui, dessa revisão da literatura internacionalsobre expatriação, a necessidade de priorizar enfoques multidisciplinares que contemplemtanto os fenômenos psicológicos vivenciados pelo profissional expatriado quanto o impactodeles na sua performance durante a missão internacional.

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