EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Diretrizes de Recursos Humanos Coletivistas ou Individualistas: o que Demandam os Trabalhadores Brasileiros e Norte-Americanos?


Informações

Código: GPR2321
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse: Tema 01 - Gestão de Pessoas, Relações de Trabalho e Comportamento Organizacional

Autores

Ana Heloísa da Costa Lemos, Denis Marçal dos Santos, Veranise Jacubowski Correia Dubeux

Resumo

No contexto contemporâneo, marcado pela expansão das empresas e intensodinamismo dos mercados, faz-se necessário compreender as expectativas dos trabalhadores,com vistas a orientar a empresa a desenvolver práticas de gestão de pessoas que a possibilitemobter o máximo comprometimento dos seus empregados. Na tentativa de compreender aspreferências dos trabalhadores no que tange às práticas de gestão de pessoas nas organizações,Rousseau e Arthur (1999) enfocaram as dimensões agency-community. Os autores entendemque, para alinhar as expectativas dos trabalhadores às ações organizacionais, as noções deagency-community adquirem relevância, pois expressam uma tensão entre princípios opostose nem sempre conciliáveis. Os autores ressaltam que, apesar de aparentemente opostos,agency e community podem trazer um novo entendimento a respeito da gestão de pessoas nasorganizações, o desafio das empresas contemporâneas é buscar contemplá-los em suaspolíticas. Ao lado do desafio de equilibrar esses princípios em suas ações, as organizaçõestambém lidam com profissionais de diferentes culturas, com expectativas que refletem oarcabouço valorativo de cada sociedade particular. Equipes multiculturais apresentamexigências aos gestores, que precisam gerenciar um ambiente complexo. Desta forma,também é importante entender se as expectativas de indivíduos de diferentes nacionalidades,quanto a práticas e princípios coletivistas e individualistas, variam em função da culturanacional. A confluência dessas duas temáticas motivou a realização do presente trabalho queobjetivou analisar as expectativas de trabalhadores brasileiros e norte-americanos acerca dediretrizes de recursos humanos das organizações, com ênfase em suas dimensõesindividualistas e coletivistas. A investigação, de natureza quantitativa, utilizou comoferramenta de coleta de dados o questionário elaborado por Bastos e Grangeiro (2008),aplicado junto a uma amostra de 97 respondentes, sendo 49 brasileiros e 48 norte-americanos.Tendo como base a literatura que discussão sobre agency-communion, bem como trabalhoscomo o de Hofstede (1980) e Barbosa (2003), os resultados encontrados foram analisados ediscutidos. A análise das médias percentuais revelou uma maior valorização de princípios epráticas coletivistas, independente da nacionalidade dos respondentes (88%), contrariando aexpectativa inicial dos pesquisadores, baseada na literatura que caracteriza os brasileiroscomo coletivistas e os norte-americanos como individualistas. Ao contrário, americanosvalorizaram o coletivismo quase com a mesma intensidade que os brasileiros (82% e 93%).Também surpreendeu a ênfase dada pelos brasileiros (72%), a princípios e práticasindividualistas, sobrepujando os índices dos norte-americanos (69%). Como possívelexplicação para o aparente paradoxo dessa atitude, bem como para a tendência da amostra emvalorizar tanto princípios coletivistas (88%) quanto individualistas (70%), pode-se argumentarque as ações organizacionais relacionadas a gestão de pessoas devem procurar conciliar asdimensões agency-community, que devem ser encaradas como aspectos complementares.

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