Uma Visão da Gestão Logística sob a Perspectiva do Valor Econômico Adicionado (EVA)
Informações
Código: GOL1953
Divisão: GOL - Gestão de Operações e Logística
Tema de Interesse: Tema 03 - Logística e Supply Chain Management
Autores
Rodrigo Paiva Souza, Simone Alves da Costa
Resumo
Esta pesquisa analisa o impacto da atividade logística no Valor Econômico Adicionado(EVA) de diferentes setores da economia brasileira. Parte-se da idéia que a logística cria valorpara a empresa. O EVA, por sua vez, é um indicador de desempenho que mensura o valoradicionado pelas unidades produtivas, segmentos de negócio, linhas de produção, entreoutros. Nesse sentido, ambos se complementam em seus propósitos e funções. Para entenderessas relações, o estudo busca responder à seguinte questão de pesquisa: Quais ascontribuições da gestão logística para a criação de Valor Econômico Adicionado (EVA) emdiferentes setores da economia brasileira? De acordo com Lambert e Burduroglu (2000) acontribuição logística para o EVA está relacionada ao aumento das vendas através demelhorias no nível de serviço ao cliente, redução dos custos e despesas operacionais inerentesao processo logístico e ao gerenciamento do capital de giro (estoques e recebíveis) e dosativos fixos. Para o cálculo do EVA médio dos setores analisados considerou-se o modeloajustado para países emergentes proposto por Damoradan (2010), e os dados relativos aocusto de capital próprio e custo de capital de terceiros foram obtidos através de estudopublicado pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (CEMEC). Foram realizadassimulações com dados empíricos de 12 setores para avaliar e discutir possíveis impactos dagestão logística no EVA. As simulações contemplaram especificamente as quatro situaçõesprincipais encontradas na revisão da literatura em que a gestão logística pode impactar oEVA, ou seja, crescimento de receitas, redução de custos e despesas operacionais, redução decapital de giro e redução de ativos imobilizados. Constatou-se que os setores estudadosapresentam um EVA negativo, exceto pelo setor de concessionária de transportes/logística,porém, tal achado não é novidade, uma vez que Assaf Neto et al. (2008) explicam que: “[...]ao se avaliar o desempenho econômico atual e projetado das empresas brasileiras,considerando as taxas de juros livremente praticadas, dificilmente alguma empresa seria capazde agregar valor econômico”. Como principal conclusão do estudo, constatou-se que oaumento das receitas e a redução de custos e despesas operacionais representam potencial deimpactos mais significativos para o EVA em todos os setores estudados, sendo que em algunssetores o crescimento de 10% da receita e/ou a redução de 10% nos custos e despesasoperacionais seriam suficientes para tornar positivo o EVA desses setores. No entanto, foramencontradas divergências quanto à significância da gestão dos ativos. Para os setores deconstrução civil, têxtil/vestuário e varejo, observou-se que a redução dos ativos correntes(estoque e recebíveis) é mais significativa do que a redução do ativo imobilizado, enquantoque para os demais setores a redução nos ativos imobilizados provoca impacto maissignificante no EVA.
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