EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Universidade Empreendedora: o caso do Programa de Incentivo à Inovação


Informações

Código: GCT1951
Divisão: GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação
Tema de Interesse: Tema 07 - Política e Gestão de Ciência e Tecnologia

Autores

Paulo Vítor Guerra, Daniel Teodoro Gomes, Lin Chih Cheng

Resumo

Partindo de uma análise do conceito de Sistema de Inovação, do triângulo de Sábato e domodelo da tripla-hélice, o presente artigo discute o papel das universidades na dinâmica deinovação brasileira. Enquanto o primeiro conceito destaca o papel da empresa comofundamental no desenvolvimento tecnológico de um país, o segundo (criado dentro docontexto de substituição de importações dos países da América Latina), posiciona o governono vértice do processo, por sua vez, o terceiro propõe uma participação equilibrada dos trêsagentes responsáveis pela dinâmica de inovação: Estado, Empresas e Academia. O cenáriobrasileiro atual apresenta especificidades que exigem um ajuste destes modelos,principalmente ao se considerar que a Academia é eminentemente pública, ou seja, ligada aoEstado. Nesse sentido, a dificuldade das empresas nacionais de assimilar e desenvolver novastecnologias e o fato de ser o Estado responsável, através das universidades públicas einstitutos de pesquisa financiados com recursos públicos, por grande parte da pesquisa básicae aplicada desenvolvida no país, novas propostas e políticas para a inovação mostram-senecessárias. O artigo baseia-se no caso do Programa de Incentivo à Inovação (PII), doGoverno do Estado de Minas Gerais, que visa contribuir para o fortalecimento do potencialinovador das instituições de pesquisa localizadas no estado, principalmente as universidadesfederais, através de proteções e transferências de tecnologias, para analisar a proposta deUniversidade Empreendedora, uma tendência atual no campo da inovação. Essa tendênciapropõe um terceiro papel para as universidades, buscando, deste modo, superar asdificuldades de transformação das invenções criadas dentro do sistema superior de ensinobrasileiro, em inovações para toda a sociedade. Deste modo, a universidade assumiria umpapel central dentro da dinâmica de inovação nacional, não apenas explorando aspossibilidades da chamada “inovação aberta”, como também assumindo o papelempreendedor de introduzir, através de seus pesquisadores e com apoio do Estado, novastecnologias e produtos no mercado. Nos modelos apresentados destaca-se a necessidade departicipação das empresas no processo de inovação, sendo estas as principais responsáveispelo seu dinamismo. Propostas como o PII e a Universidade Empreendedora, apesar debuscarem a participação do empresariado, podem acentuar ainda mais a dependência doprocesso de inovação brasileiro às ações e incentivos do estado. Considera-se ainda que,apesar dos resultados apresentados até o momento pelo PII atenderem as expectativasdefinidas para o programa, e demonstrarem sua sintonia com a proposta de aumentar asinergia entre universidades e empresas brasileiras tem apresentado resultados, uma dascríticas a este tipo de incentivo governamental é que seus indicadores, ou seja, a avaliação deseus resultados e impacto, não dizem respeito diretamente ao processo de longo prazo decriação ou dinamização do chamado Sistema de Inovação.

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