Patentes e Desempenho: um Estudo das Empresas Listadas na BMFBOVESPA com Patentes Concedidas na Década de 2000

Informações

Código: GCT2830
Divisão: GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação
Tema de Interesse: Tema 06 - Inovação, Tecnologia e Competitividade

Autores

Fábio Lazzarotti, Silvio Santos Junior, Augusto Fischer

Resumo

Um dos principais indicadores de inovação, amplamente utilizado no meio acadêmico eempresarial, é o número de patentes que uma organização possui, geralmente derivado do seuesforço inovativo como resultado de investimentos em pesquisa e desenvolvimento,capacidades tecnológicas, capital intelectual, dentre outros. Estudos que visam relacionarinovação e desempenho tem sido objeto de pesquisa nesses últimos anos, inclusive no Brasil;no entanto, os resultados não trazem evidências conclusivas sobre a inter-relação entreinovação e desempenho econômico-financeiro. O que se verifica na literatura é que não háuma zona de convergência sobre esta relação: alguns estudos demonstram uma relaçãopositiva, enquanto outros contrariam, apresentando resultados de relação neutra ou negativa.O objetivo central deste artigo é analisar a relação do número de patentes concedidas e odesempenho econômico-financeiro e de mercado das empresas listadas na BMFBOVESPA,no período de 2000 a 2009. De forma específica, pretende-se identificar se existe algumpadrão de comportamento nos indicadores de desempenho econômico-financeiro e demercado das empresas que inovam, com base nas patentes outorgadas pelo INPI. A coleta dosdados econômico-financeiros e da caracterização das empresas foi por meio da base de dadosEconomática. Os dados sobre as patentes concedidas foram coletados a partir de umasolicitação à coordenação de patentes do INPI. Com o auxílio do software SPSS 13.0 foirealizada a análise de correlação e regressão simples, considerando cinco modelos, cada qualcom uma variável dependente de desempenho: Crescimento das vendas, ROS, ROE, ROAoperacional e Q de Tobin. Como variável independente considerou-se o número total depatentes do período e como variável de controle o ativo total (tamanho da firma). Osresultados encontrados mostraram não existir correlação entre quantidade de patentesconcedidas e desempenho econômico-financeiro e de mercado. Dos cinco indicadoresanalisados, em nenhum deles verifica-se uma relação significativa estatisticamente entrepatentes e performance. A variável ROA operacional foi a que mais se aproximou da relaçãocom patentes, porém, a um nível de tolerância acima do recomendado. Muito embora sereconheça a existência de outros fatores que afetam o desempenho, não há como desprezarque a capacidade inovativa das empresas, medida pelas patentes concedidas, pode ser umimportante recurso para obter vantagem competitiva. Entretanto, os resultados encontrados napesquisa não permitem afirmar, conclusivamente, que o desempenho é afetado pelas patentesoutorgadas. A patente pode ser considerada um excelente indicador do conhecimentocientífico, mas não parece ser capaz de impulsionar o desempenho econômico-financeiro e demercado das empresas.

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