EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Por que Empresas Multinacionais Investem em P&D em Países em Desenvolvimento? Uma Análise entre Fatores de Atração versus Tipo de P&D Realizada no Brasil


Informações

Código: GCT2094
Divisão: GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação
Tema de Interesse: Tema 06 - Inovação, Tecnologia e Competitividade

Autores

Simone Vasconcelos Galina, Edilaine Camillo, Flávia Consoni

Resumo

As empresas multinacionais (EMNs) encontram-se organizadas em redes diferenciadas desubsidiárias, as quais possuem papéis específicos na corporação que podem ou não serestratégicos. A literatura que analisa os papéis das subsidiárias é bastante vasta e acumulavárias décadas de reflexão, com forte diálogo com os estudos elaborados por Bartlet eGhoshal (1986) e Dunning (1988). Mas embora madura, grande parte das análises queinvestiga o tipo de atividade que as EMNs realizam no exterior e os fatores que atraem taisinvestimentos, em especial relativos à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), tem se centradono caso dos países desenvolvidos. De forma geral, a literatura apresenta duas grandesvertentes para investigar as razões pelas quais os recursos para P&D são direcionados a outrospaíses que não o da sede da empresa (Chiesa, 1995; Florida, 1997; von Zedtwitz &Gassmann, 2002): fatores mercadológicos (necessidade de adaptar produtos aos mercadoslocais) e fatores relativos à tecnologia (busca acesso às tecnologias e contato com novaslinhas de inovação). Trata-se de estudos relevantes, sobretudo ao investigar um período emque a grande maioria dos investimentos estrangeiros em P&D circulava entre os própriospaíses desenvolvidos. Entretanto, essa realidade tem se alterado nos últimos anos, sendo quepaíses em desenvolvimento - com destaque para Brasil, China, Índia, México, Singapura eÁfrica do Sul - têm sido considerados como importantes receptores de investimentos em P&Dpor parte de EMNs (UNCTAD, 2005). Mas estudos centrados em países emergentes, focadosnos fatores que atraem investimentos em P&D, ainda são escassos. A fim de contribuir comesse debate, esta pesquisa buscou investigar qual a relação entre os fatores que levaram emantém atividades de P&D em subsidiárias de EMNs estrangeiras no Brasil em função dacomplexidade dessas atividades. Com base em uma ampla pesquisa, com entrevistaspresenciais com CEOs e diretores de P&D em 54 subsidiárias de EMNs instaladas no Brasilentre os anos 2007 e 2008, apoiados por um roteiro de perguntas semi-estruturado, estaanálise se desenvolveu com base em duas linhas complementares de investigação: (1) docruzamento entre o tipo e a complexidade de P&D e os fatores priorizados (mercadológicosou tecnológicos) para escolha das subsidiárias para alocar funções de inovação tecnológica; e(2) do cruzamento entre os fatores atrativos de P&D e o tipo de produto (local ou global)desenvolvido localmente. O principal achado indica que a valorização de fatores tecnológicosé inversamente proporcional à complexidade das atividades de P&D realizadas pelasubsidiária no país. Significa afirmar que o mercado é de fato o que levou e mantém P&D nassubsidiárias brasileiras que realizam atividades tecnológicas. Em oposição, a infra-estruturainstalada no Brasil para tecnologia e inovação não é o fator determinante para atração deunidades de P&D dessas empresas. Trata-se de uma constatação relativa ao Brasil, mas queacreditamos ter forte potencial para explicar os fatores de atração da P&D em países emdesenvolvimento de uma forma geral.

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