O Papel da Governança na Criação de Conhecimento em Clusters Industriais
Informações
Código: GCT2537
Divisão: GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação
Tema de Interesse: Tema 03 - Inovação e Redes
Autores
Dalton Chaves Vilela Junior, Lilia Maria Vargas, Dusan Schreiber
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar o papel exercido pela governança de um clusterindustrial e o impacto na criação de conhecimento no contexto do cluster. Para analisar opapel da governança de um cluster define-se a criação de conhecimento em clusters como umconhecimento disperso entre os diferentes componentes do cluster; caracteriza-se aconstituição da governança de um cluster de uma maneira menos formalizada do que agovernança de uma empresa individual, mas pode existir um agente; explica-se o papel doscomponentes do cluster, destacadamente as ações do agente desta governança; caracteriza-seas ações realizadas pela governança e a influência de características e maturidade do clusternestas ações; e descrevem-se diferentes maneiras pela qual a governança apóia o cluster,especialmente em relação à criação de conhecimento. A pesquisa foi realizada com umaconcepção qualitativa por meio de dois estudos de caso em clusters da Serra Gaúcha: o pólomoveleiro e o pólo de moda. Além da coleta de dados secundários, foram realizadas, no total,trinta e cinco entrevistas com diferentes atores que compõem o cluster, incluindo a suagovernança, atores governamentais, empresas e instituições de ensino e pesquisa, quepermitiram uma triangulação realizada durante a análise empírica. Os dados foram analisadospor meio de uma análise de conteúdo categorial. Inicialmente foram analisados os clustersindividualmente e, em seguida, foi realizada uma análise conjunta dos dados. Como resultado,percebeu-se que a composição da governança predominantemente de empresários conduz asações do cluster para ações mais imediatistas e a predominância de instituições de apoio egoverno orienta as ações para resultados futuros, sendo a primeira mais adequada paraclusters maduros e a segunda necessária para clusters em estágios mais iniciais; o papel doagente é limitado e até mesmo difícil de ser identificado. As análises possibilitaram, ainda,identificar a importância das ações de aproximação, capacitação, participação em eventos efornecimento de informações aos membros do cluster e que a percepção de que a governançanão atue de maneira oportunista é importante para uma maior integração e participação dosmembros do cluster. O reconhecimento exterior do cluster e sua governança por organizaçõesexternas também foi percebido como importante para a obtenção de conhecimento externopara a coletividade do cluster. A governança foi identificada, então, como necessária paracatalisar as ações e possibilitar a realização de ações coletivas que não são possíveis com umasimples aglomerações de organizações em um espaço único. A governança anima, fomenta eorienta ações de capacitação, fornece informações, agrega os participantes do cluster e destescom atores externos. É necessário, no entanto, que a governança esteja associada ao estágio dedesenvolvimento e necessidades do cluster para que seu papel seja efetivo no intuito defortalecer o cluster e a criação de conhecimento neste ambiente.
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