EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Determinantes Econômico-Financeiros e Macroeconômicos da Rentabilidade: Evidências Empíricas do Setor Bancário Brasileiro


Informações

Código: FIN536
Divisão: FIN - Finanças
Tema de Interesse: Tema 05 - Mercados e Instituições Financeiras

Autores

Suliani Rover, Eduardo Cardeal Tomazzia, Luiz Paulo Fávero

Resumo

O presente estudo busca contribuir com as discussões sobre rentabilidade bancária ao inferirquais fatores econômico-financeiros e macroeconômicos explicam a rentabilidade do setorbancário brasileiro. Uma das motivações do estudo é verificar até que ponto as diferenças derentabilidade dos bancos são provenientes de fatores macroeconômicos, ou seja, que não estãosob o controle da administração da instituição. Por esse motivo, a pesquisa busca analisar acontribuição de indicadores econômico-financeiros, comumente utilizados nos estudosbrasileiros, e agregar na pesquisa os impactos macroeconômicos na rentabilidade de bancosque atuam no Brasil. O período analisado compreende o primeiro semestre de 1995 aosegundo semestre de 2009. O período pesquisado foi estratificado em momentos (de 1995 a2002 e de 2003 a 2009), com a finalidade de se verificar eventuais diferenças nosdeterminantes da rentabilidade durante os anos investigados. A amostra utilizada foi compostapor 252 instituições financeiras. Para análise dos dados, foram utilizadas as técnicas de análisede correspondência (ANACOR) e de análise de dados em painel. A partir dos mapasperceptuais gerados pela ANACOR pode-se verificar, de maneira exploratória, a associaçãoentre as categorias da rentabilidade bancária e os indicadores econômico-financeiros.Verificou-se que alta rentabilidade associa-se a pequeno tamanho, alta liquidez, média/altadespesa operacional, alta eficiência operacional, alto risco de crédito, alta alavancagem e altospread bancário. Com relação à associação entre a rentabilidade de instituições financeiras eas condições macroeconômicas, destaca-se que em períodos que a taxa de juros SELIC é alta,a atividade econômica e a oferta de moeda estão entre baixa e média, a inflação é alta equando o mercado de crédito está em nível baixo, a rentabilidade tende a ser ótima. Daaplicação das técnicas de dados em painel, verificou-se que, segundo o teste de Hausman, omodelo de efeitos fixos é o que melhor se ajusta aos dados analisados. No geral, os resultadosdos testes de painel evidenciam que as variáveis econômico-financeiras referentes à liquidez,risco de crédito, despesa operacional, eficiência operacional e alavancagem, e as condiçõesmacroeconômicas concernentes à atividade econômica, inflação e taxa de juros SELIC, sãoestatisticamente significativas para explicar a rentabilidade bancária brasileira. Além disso,das 12 variáveis explicativas analisadas, apenas três (spread bancário, oferta de moeda emercado de crédito) não contribuíram estatisticamente para a explicação da rentabilidade dostrês modelos testados. Entre as principais diferenças verificadas entre o primeiro (1995-2002)e o segundo (2003-2009) momentos, destaca-se que no primeiro tanto a taxa SELIC como ainflação afetam positivamente a rentabilidade, relação que desaparece no segundo momento.Tal fato parece reflexo da mudança do padrão de fonte de rentabilidade baseada emespeculação e aplicações em títulos públicos sob grande incerteza macroeconômica, noprimeiro momento, para uma rentabilidade baseada em expansão de crédito, no ciclo decrescimento econômico verificado no segundo momento.

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