EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


A Securitização, Rating de Crédito e Valor de Empresas Emissoras


Informações

Código: FIN91
Divisão: FIN - Finanças
Tema de Interesse: Tema 01 - Estrutura de Capital, Dividendos e Capital de Giro

Autores

Mauricio Palmada Fernandes, Hsia Hua Sheng, Mayra Ivanoff Lora

Resumo

Dado o rápido crescimento da securitização via FIDCs no Brasil nos últimos anos, estetrabalho tem por objetivo analisar empiricamente impactos dessa operação no valor dasempresas emissoras. Foram testadas empiricamente duas hipóteses discutidas por Gorton eSouleles (2005) para o mercado brasileiro. Avaliando as características que fazem com quetais estruturas sejam viáveis, testamos como primeira hipótese se há evidências de umcontrato implícito entre as empresas cedentes e os investidores nas securitizações feitas viaFDIC. No teste desta hipótese, foi considerada a influência do risco de falência da empresacedente no spread cobrado pelos FIDCs como evidência de contrato implícito já que, dada aprópria estruturação dos FIDCs, tal relação não deveria existir. O rating das empresascedentes foi utilizado como proxy para o risco de falência. Através da análise dascaracterísticas das empresas que utilizam securitização no Brasil, testamos como segundahipótese se as empresas com maior risco de crédito, piores ratings, tendem a securitizar mais.Na base de dados utilizada para o teste de contrato implícito foram consideradas as emissõesregistradas de FDICs de janeiro de 2005 à julho de 2010 sendo elaborada uma base de dadosde 59 emissões de FIDCs e, para o teste das características das empresas que securitizam, foiutilizada uma base com 86 bancos em 8 semestres. Devido à estrutura dos dados, foramutilizados métodos para regressão com dados em painel utilizando estimadores para efeitosaleatórios na primeira hipótese e estimadores de efeitos fixos na segunda hipótese. Nos testesempíricos encontramos evidências que se mostraram consistentes com ambas as hipótesestestadas. Alinhado com as conclusões de Gorton e Souleles (2005), foram encontradasevidências de que o rating das empresas cedentes influência o spread cobrado nos FIDCs, oque pode ser entendido como uma forma de evidenciação da existência de um contratoimplícito dado que os investidores levam em consideração o risco de falência das empresascedentes e, conseqüentemente, sua possível incapacidade de resgatar o fundo em caso deproblemas financeiros. As estruturas de reforços de crédito e os anos de 2008, 2009 e 2010também apareceram como relevantes na definição do spread. Também evidenciamos queempresas com piores ratings sucuritizam mais embora não tenhamos encontrado como osautores evidências de que o valor dos ativos, a quantidade de operações de crédito ou ocapital ratio tenham influência sobre a securitização.

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