Afinal, o que é (Estratégia de) Não Mercado? Um Ensaio Profilático
Informações
Código: ESO1757
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 11 - Estratégia, Governo e Desenvolvimento
Autores
Márcio Moutinho Abdalla
Resumo
Ao analisar a literatura de Strategic Management, especialmente àquela derivada domainstream, verifica-se que existem imensas lacunas a serem preenchidas. Uma das lacunasmais evidentes e importantes a tratar é a necessidade de se extrapolar os limites da estratégiaorganizacional, do âmbito do mercado para o ambiente de não mercado. Todavia, para talextrapolação, a academia precisa romper algumas amarras que vem, sistematicamentedificultado e, em alguns casos, inviabilizado o avanço de estudos nesse campo. Dentre ospercalços, pode-se evidenciar a própria negligência do assunto pela academia, além deconstantes confusões com o termo. A palavra “não mercado” e sua equivalente em inglês“non market” vem sendo usadas indiscriminadamente e equivocadamente em inúmeroscontextos diferentes. Dessa maneira, o objetivo deste ensaio teórico é profilático, no sentidotentar elucidar conceitos e aspectos inerentes às estratégias concebidas no âmbito do “nãomercado” e tentar impedir a reprodução de conceitos, de forma acrítica e equivocada. Aoevidenciar a importância das estratégias de “não mercado”, tem-se por premissa, direcionarleitores e pesquisadores às construções que contribuam com a supressão dessa lacunaexistente em Strategic Management, além de prevenir possíveis efeitos de modismos. Comoforma de viabilizar o objetivo proposto, o ensaio está estruturado em cinco seções. Naprimeira busca-se introduzir o assunto e situar o leitor em relação à necessidade de se buscaraprofundamento crítico no assunto, visando suprir essa lacuna. Na seção seguinte, discutemseas convergências entre o mercado e o não mercado, além de um breve históricoetimológico de ambos os termos. Na terceira seção, explicita-se o real conceito de estratégiade não mercado e procura-se elucidar possíveis confusões e equívocos existentes em relaçãoao termo “não mercado”. Busca-se ainda nessa parte, aprofundar o conceito por intermédio dasobreposição de algumas teorias usadas em Strategic Management. Na quarta seção,destacam-se algumas lacunas existentes nas pesquisas do não mercado e se propõe umaagenda de pesquisas que visa sanar questões ainda sem respostas, ou com respostas rasas. Porfim, nas considerações finais, estabelecem-se algumas recomendações. Dentre elas, evidenciaseainda, o imperativo em se estabelecer limites entre as questões éticas e não éticas, legais eilegais, morais e amorais e, a partir de então, promover a estruturação e a conseqüentedisseminação das estratégias de não mercado. Destacam-se estas questões, especialmente porse entender que as mesmas limitem o aprofundamento de alguns conhecimentos empíricos, jáque em geral, embora os gerentes às adotem, não se sentem seguros em fornecer informaçõesque possam comprometê-los, visto que estes desconhecem o limiar entre o que é correto e oque não é.
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