EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


A Gestão Estratégica Em Ambiente Com Falhas Institucionais: Um Estudo de Caso do Impacto da Ilegalidade na Indústria Farmacêutica


Informações

Código: ESO1502
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 11 - Estratégia, Governo e Desenvolvimento

Autores

Solange Gualberto da Mata Machado

Resumo

Embora seja antiética e ilegal, a ilegalidade é um negócio global próspero. Os produtos ilegaisnão estão restritos aos países pobres. As empresas multinacionais que fazem investimentosem países emergentes onde as instituições responsáveis (Governo e a Sociedade) nãoconseguem reprimir estes delitos sofrem com a perda de mercado e precisam desenvolvernovas estratégias para gerar valor e aumentar a sua performance. Nestes mercados asempresas multinacionais precisam ampliar a sua estratégia competitiva acrescentando à visãode Porter (1996) que olha o mercado segundo a ótica do mercado, a visão institucional queanalisa como as instituições (Governo e Sociedade) restringem ou ampliam as oportunidadespara as empresas atuarem. Aplicando o conhecimento científico baseado em Baron (1995)estas empresas deveriam ao definir as suas estratégias ter tanto a área de mercado quando a denão mercado trabalhando em conformidade para defender os interesses globais da empresa noque se refere à pirataria ou ao descaminho. Os artigos pesquisados que tratam do tema deestratégias de não mercado e como as empresas enfrentam os desafios nos mercadosemergentes analisam as variações existentes nas estratégias ou por setor ou por país(Rufín,Parada e Serra, 2008). Neste estudo de caso de um laboratório farmacêutico foi analisado o“como e o “quando” a integração das estratégias mercado e não mercado ocorre quandoexistem falhas institucionais - a ilegalidade. Dentro da estratégia de não mercado, as empresasproativas (Keim, 1981) fazem escolhas de ação políticas através de ações coletivas ouindividuais (Hillmann& Hitt,1999) para combater estas falhas institucionais. Foram tambémanalisadas as escolhas de atuação feitas pela empresa farmacêutica.As conclusões obtidasconfirmam Hillmann e Hitt (1999) que a empresa com maior dependência de políticasgovernamentais desenvolve estratégias relacionais. A empresa se torna ativa norelacionamento com as autoridades políticas à medida que as ocorrências se tornamfreqüentes e que o risco de ter a sua reputação prejudicada frente ao mercado e frente aogoverno a empresa aumentam.No Brasil a estrutura dedicada para lidar com os assuntos da ilegalidade é pequena emcomparação com a matriz e sem processos de interação assíduos e rotineiros. A integração dasestratégias de mercado e não mercado ocorre dentro da empresa através de um comitê que sereúne conforme a necessidade, confirmando Baron (1995). A responsabilidade pelasestratégias de combate à ilegalidade é da equipe brasileira, e a interação com a matriz ocorreanualmente com o objetivo de trocar experiências ou informações. Existe uma predominânciadas atividades políticas de relacionamento com as autoridades voltadas para a educação elideradas pela entidade de classe. Através da entidade de classe as empresas que sofremimpacto da ilegalidade podem criar estratégias mais eficazes sem ter as ações ligadasdiretamente com a reputação individual da empresa.

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