EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


O que Faz um Nome? Antecedentes da Reputação das Empresas de Capital Aberto Brasileiras


Informações

Código: ESO2890
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 10 - Perspectivas Organizacionais e Sociológicas da Estratégia

Autores

Luciano Rossoni, Edson Ronaldo Guarido Filho

Resumo

A primeira década de nosso século foi marcada pela crise de confiança resultante deescândalos financeiros envolvendo grandes empresas americanas. Nesse período, a expressãopública de organizações consideradas confiáveis por investidores, analistas ou pelo públicoem geral foi colocada à prova, reabrindo o debate acerca da reputação. Buscando contribuirpara esse debate, neste artigo analisamos como o status, o conselho de administração e ascaracterísticas organizacionais condicionam a reputação das empresas de capital abertobrasileiras. Para tanto, operacionalizamos a reputação a partir da percepção de executivosbrasileiros, captadas por meio da pesquisa das Empresas Mais Admiradas do Brasil, realizadae publicada pela revista Carta Capital. Restringimos sua avaliação somente entre as empresaslistadas na Bolsa de Valores de São Paulo, cujo periódico avaliado transcorreu entre os anosde 2002 e 2007. A partir de 1.396 observações, utilizamos o modelo de seleção de Heckman(1979) em dois estágios, que corrige o problema do viés de seleção derivado da ausência dealgumas empresas de capital aberto como relacionada entre as mais admiradas. Nossosresultados apontam que escores de reputação em anos anteriores estão fortementerelacionados tanto com a avaliação atual da reputação. Ademais, verificamos que empresasque fazem parte do Novo Mercado da Bovespa, como do mercado americano por meio deADRs, têm mais chances de serem citadas entre as mais admiradas, todavia tais variáveis nãoinfluenciaram o aumento no escore de reputação. Também verificamos que aqueles conselhosque apresentam maior parcela de capital social por meio dos laços fracos estão situados emorganizações com a reputação reconhecida. Diferentemente daquilo que hipotetizamos, ocoeficiente de agrupamento mostrou-se negativamente associado com o fato de uma empresaser apreciada como as mais admiradas, o que, segundo nosso entendimento, remete a quealguns teóricos estão chamando de lado obscuro das redes. Verificamos ainda que arentabilidade e o tamanho da empresa estão positivamente associados com a reputação. Porfim, nossos dados evidenciam que a alavancagem tem um efeito paradoxal: para aquelasempresas em busca de reputação, maior endividamento implica menos chances de terreputação; já entre aquelas que as detêm, maior alavancagem está relacionada à maiorreputação. Concluímos nosso artigo com implicações teóricas e práticas, assim comoapontamos estudos futuros.

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