EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


RECESSÃO E DESEMPENHO: CRISES ECONÔMICAS NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL


Informações

Código: ESO1298
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 09 - Modelagem e Mensuração do Desempenho

Autores

Rafael Guilherme Burstein Goldszmidt, Flávio Carvalho de Vasconcelos

Resumo

As recessões tem sido um constante tema de debate em Macroeconomia, tendo comounidade de análise essencial o país, ou, menos frequentemente, a indústria. Apesar darelevância do impacto deste tipo de crise sobre o desempenho das empresas, a discussãoacerca dos efeitos de contrações da atividade econômica sobre firmas individuais tem sidonegligenciada nos estudos de Estratégia Empresarial. Ainda não sabemos se há, de fato, umcampo de interesse distinto para estudo sobre Estratégia durante recessões ou se osdeterminantes de vantagem competitiva durante períodos de estabilidade são os mesmos queprotegem as empresas das crises econômicas.Este trabalho teve como objetivo de começar a desvendar algumas destas questões,estudando o comportamento do desempenho das firmas durante um período de contração daatividade econômica. Mais especificamente, abordou-se a recessão norte-americana de 2001.Seus objetivos específicos incluíram: Decompor a variabilidade do impacto de uma recessãono desempenho financeiro das firmas nos efeitos firma e indústria e analisar o efeito darecessão sobre a posição relativa do desempenho das firmas, identificando se a crise amplificaas diferenças anteriores de performance ou redefine o ranking de desempenho das empresas.A amostra de empresas analisada, proveniente da Compustat, incluía observaçõesanuais entre 1998 e 2004 de 1548 empresas, das quais 510 atuantes em manufatura. Odesempenho foi operacionalizado por três indicadores de natureza contábil. Um modelomultinível de curva de crescimento permitiu a análise do impacto da crise sobre odesempenho das empresas.A decomposição da variabilidade do impacto da recessão sobre o desempenho indicouque o efeito firma é predominante, ou seja, a variação da performance na crise é determinadaprincipalmente por características idiossincráticas das firmas e não por atributos dos setoresem que estas atuam. No entanto, o efeito setor mostrou-se mais relevante durante a recessãodo que em momentos de estabilidade econômica.Os achados relativos à correlação entre o impacto da crise e o desempenho anteriordas empresas indicaram que a recessão não amplificou as diferenças de desempenhoexistentes entre as firmas antes da crise, mas alterou a posição relativa de suas performances.Esses resultados sugerem que características das firmas que oferecem vantagemcompetitiva em momentos de crescimento econômico não as tornam necessariamente menossensíveis ao efeito de uma recessão. Em termos de implicações gerenciais, esses achadossugerem que as crises econômicas merecem atenção especial das firmas, e que um bomdesempenho em momentos de estabilidade não assegura o sucesso durante a recessão. Apesarda amplitude do estudo, a amostra utilizada incluiu somente uma recessão, abrangendo apenasfirmas que se mantiveram ativas entre 1998 e 2000, reduzindo o espectro de aplicações dosresultados auferidos.

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