EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


CONFIGURAÇÕES ESTRATÉGICAS DE FIRMAS BRASILEIRAS DE ALTO DESEMPENHO LISTADAS NA BM&FBOVESPA


Informações

Código: ESO375
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 09 - Modelagem e Mensuração do Desempenho

Autores

Maria Cristina do Amaral Gurgel, Flávio Carvalho de Vasconcelos

Resumo

Este estudo parte da premissa de que firmas obtêm lucros extraordinários quando exploramimperfeições ou falhas de mercado. Adota etapas metodológicas facilmente replicáveis paraidentificar configurações estratégicas de firmas brasileiras de alto desempenho listadas naBM&FBovespa entre janeiro de 2005 a dezembro de 2009, a saber, (1) levantamento deinformações sobre desempenho contábil na base Economatica, (2) utilização dos construtosimperfeições de mercado como variáveis (3) análise categorial de conteúdo semântico derelatórios emitidos por Bancos de Investimento e Corretoras de Valores e (4) análise dosdados qualitativos através da metodologia Qualitative Comparative Analysis - QCA(RAGIN, 2008; RIHOUX e RAGIN, 2009; RAGIN et al, 2006). A análise de categorial é umatécnica de pesquisa que permite descrever sistemática e objetivamente um conteúdo manifestoda comunicação, tornando-o passível de tratamentos quantitativos (MANNING e CULLUMSWAN,1998; BAILEY, 1994). Na versão categorial, parte-se de um conjunto de categoriasexaustivas e mutuamente exclusivas e verifica-se se a categoria é observada nos documentosestudados (BAILEY, 1994). Na versão semântica, considera-se que frases e enunciadospermitem comunicar mensagens de conteúdo superior à palavra, bem como sugerirmensagens implícitas (BARDIN, 1994). A metodologia QCA permite tratar causalidadecomplexa com pouco número de casos. Neste estudo, possibilitou reduzir dezenove variáveisdicotômicas a poucas causas comuns e necessárias ao desempenho. Os resultados do estudomostram três conjuntos de configurações básicas de falhas de mercado exploradas pelasempresas brasileiras de alto desempenho listadas na BM&FBovespa. Uma configuraçãorefere-se ao regime de concessões e duas configurações ao regime quase-livre (sujeito aintervenções através de incentivos ou restrições fiscais). No regime de concessões, além daintervenção governamental, as causas necessárias ao desempenho são apenas três:CONCENTRAÇÃO, TAMANHO e TAMANHO DO GRUPO. No regime quase-livre, ascaracterísticas dos produtos determinam a estrutura competitiva. Por um lado, empresas quefabricam e comercializam produtos com demanda inelástica e generalizada podem acumularativos que raramente se tornam obsoletos, formando poderosos monopólios ou oligopóliosmundiais. Elas exploram as falhas CONCENTRAÇÃO, TAMANHO, TAMANHO DOGRUPO, INTEGRAÇÃO VERTICAL, ACESSO PRIVILEGIADO A MATÉRIAS PRIMAS,DIVERSIFICAÇÃO, RECURSOS, LOCALIDADE (EMPRESA INTERNACIONAL),DEMANDA EM CRESCIMENTO e SORTE. O mesmo não acontece com empresas quefabricam bens diferenciáveis, com substitutos imperfeitos. O desempenho superior nessescasos se sustenta por sua heterogeneidade, por produtos diferenciados e de rápidaobsolescência, destinados a demandas específicas e crescentes. Elas exploram de formacomum as imperfeições de mercado: DIVERSIFICAÇÃO, RECURSOS, DIFERENCIAÇÃO,DEMANDA EM CRESCIMENTO, CRESCIMENTO ORGÂNICO e SORTE.

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