EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Responsabilidade Social e Filantropia Estratégica: Uma Análise dos Relatórios de Sustentabilidade de Empresas Brasileiras


Informações

Código: ESO2232
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 05 - Estratégia, Sustentabilidade Socioambiental e Ética Corporativa

Autores

José Milton de Sousa Filho, Josiane de Andrade Pereira, José Carlos Barbieri

Resumo

As pesquisas na área de gestão socioambiental empresarial têm assumido diversasperspectivas e correntes teóricas, muitas vezes, utilizando conceitos diferentes de formaintercambiável e até mesmo confundindo-os. Buscando integrar tais questões, Porter eKramer (2002, 2006) apresentam modelos teóricos relevantes para analisar as ações sociaisdas empresas, indicando inclusive, o tipo de ação que parece trazer vantagens competitivas aonegócio. Além desses autores, o presente trabalho trás uma argumentação baseado em outrosteóricos no intuito de embasar de forma consistente a questão que vincula as ações sociais efilantrópicas com a estratégia de negócio. Assim, no intuito de nortear a pesquisa, foi propostaa seguinte pergunta a ser respondida é: Quão estratégicas são as ações filantrópicas dasempresas? Para responder tal pergunta optou-se por analisar os relatórios de sustentabilidadede empresas brasileiras e classificar algumas de suas ações sociais segundo a tipologia dePorter e Kramer (2006). A partir daí, tem-se como objetivo geral deste trabalho “analisar asações filantrópicas de seis grandes empresas brasileiras a partir de seus relatórios desustentabilidade, classificando-as a partir do modelo de Porter e Kramer (2006)”. Paradirecionar os esforços de pesquisa de forma eficiente, têm-se os seguintes objetivosespecíficos: identificar ações práticas de acordo com as teorias apresentadas; e relacionar adimensão teórica e as práticas selecionadas. A presente pesquisa se caracteriza comoqualitativa, com base em análise documental e foram analisados os relatórios desustentabilidade do ano de 2009 das seguintes empresas brasileiras: Petrobras (petróleo e gás)Suzano e Fibria (papel e celulose), Eletropaulo (distribuição de energia), Usiminas(siderurgia) e Vale (mineração). É importante destacar, quanto aos relatórios desustentabilidade das seis empresas analisadas, que houve dificuldade no estudo dasinformações, uma vez que esses documentos citam, na grande maioria das vezes, suas açõessociais e filantrópicas de maneira superficial. Muitas vezes não deixam claro qual anecessidade endógena ou exógena que permeiam essas ações, e para caracterizar as questõesde acordo com o modelo, tais informações se tornam, em alguns casos, essenciais. Ora, separa inferir que alguma ação tenha um impacto direto quanto às atividades da cadeia de valorda empresa, é preciso que esse impacto esteja claro a partir do interesse das empresas. Nessecontexto vale à pena destacar o posicionamento de Porter e Kramer quanto aos relatórios, elesdizem “um documento desses raramente traz um arcabouço coerente – que dirá estratégico -para a atividade de responsabilidade social empresarial”. Os autores afirmam ainda que asempresas buscam promover uma sensibilidade quanto a questões sociais através de umdiscurso, por vezes, confuso; e os achados da presente pesquisa, de certa forma, tambémcorroboram isso.

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