EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Uma análise dos relatórios de sustentabilidade no âmbito ambiental do Brasil: desenvolvimento sustentável, aumento de competitividade ou camuflagem organizacional?


Informações

Código: ESO961
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 05 - Estratégia, Sustentabilidade Socioambiental e Ética Corporativa

Autores

Marcio de Oliveira Mota, Adriana Carla Avelino Mazza, Francisco Correia de Oliveira

Resumo

A sustentabilidade corporativa tem sido um dos tópicos relevantes na agenda das empresas eos relatórios de sustentabilidade têm sido formas de avaliar o desempenho e acompetitividade. Os modelos de relatórios da Global Reporting Initiative - GRI são utilizadospelas empresas no intuito de informar a performance ambiental, social e econômica. Porém,evidências preliminares das práticas adotadas pelas empresas parecem demonstrar que essasdiretrizes gerais possuem vieses e que as empresas que publicam os relatórios GRI omiteminformações que visem respeito à equidade social e ambiental, colocando em risco ainterpretação entre o desempenho corporativo e os impactos provenientes de seus programas.Portanto, o presente artigo busca preencher uma lacuna que os estudos efetuadosanteriormente deixaram no que diz respeito à falta de informações acerca da análise entre asdiretrizes provenientes dos modelos da GRI e o conteúdo descrito pelas empresas brasileiras.A estrutura do artigo foi construída de forma a sintetizar os principais elementos da teoria esuas interfaces com a literatura sobre responsabilidade social corporativa, competitividade egestão ambiental. No caso, realizou-se um vasto estudo documental das cinquenta e quatroempresas brasileiras que publicaram o relatório de desenvolvimento sustentável no ano basede 2009 na GRI. O objetivo desse artigo é analisar as linhas gerais do GRI e comparar com osindicadores de cunho ambiental nos relatórios das empresas brasileiras que publicaram osrelatórios GRI no ano de 2009. Os resultados apontam que embora as empresas seautodeclarem estrategicamente sustentáveis, não possuem em suas visões menção aodesenvolvimento sustentável e há tentativas em camuflar indicadores e em omitir informaçõesnegativas relevantes. Ressalte-se que alguns dados são indicados pelas empresas em tabelassem mencionar a dimensão real que aqueles valores representam para as empresas esociedade. Ademais, apenas cinco empresas relataram seus resultados de forma a apresentaros programas de sucesso, cujas metas foram atingidas, ou os motivos de fracasso com asações corretivas no futuro no intuito de contribuir com que os resultados negativos pudessemse tornar reversíveis. Por conseguinte, fica comprometida a interpretação de seus stakeholdersna análise e tomada de decisão, sem levar em consideração estratégias de gestão ambiental. Oestudo indica que as empresas brasileiras ainda se encontram em uma fase inicial deconsciência de desenvolvimento sustentável, pela quantidade ínfima de relatóriossocioambientais publicados em comparação ao número de empresas em atividade no Brasil.

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