Modelo de Gestão Intercultural nas Subsidiárias de Empresas Multinacionais Brasileiras em Mercados Maduros: o Caso JBS
Informações
Código: ESO2614
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 08 - Negócios Internacionais
Autores
Karina Regina Vieira Bazuchi, Renata Schirrmeister, Renato Machado Costa
Resumo
Apesar de as empresas multinacionais de países emergentes representarem apenas umapequena parcela do total mundial de Investimento Direto no Exterior (IDE), elas têmmerecido interesse crescente nos estudos de International Business, por desafiarem a direçãoesperada de fluxo de capital e conhecimento na economia global. Exemplo disso é o IDE dotipo “up-market”, direcionado para setores tipicamente de tecnologias intermediárias,maduras ou em declínio no Ocidente, mas que se encontram em expansão nos mercadosemergentes. Neste caso, a posição de “late mover” de uma empresa multinacional de paísesemergente (EMNE) pode ser vantajosa. Dentro deste contexto, busca-se com este estudoresponder à seguinte questão: como uma EMNE adapta seu modelo de gestão atuando emmercados maduros de países desenvolvidos? Foi elaborado um estudo de caso com umaempresa multinacional brasileira, atuando no segmento de proteína animal, que seinternacionalizou recentemente e em poucos anos tornou-se líder mundial deste setor. O casoda JBS tem grande representatividade para o estudo de uma EMNE, atuando fortemente emmercados maduros e países desenvolvidos, além de sua grande relevância para a economiabrasileira e para o segmento frigorífico mundial. O quadro analítico utilizado para o estudo decaso teve como referência os modelos de distância psíquica e da relação matriz-subsidiária,considerando o desenvolvimento e transferência de vantagens competitivas entre as unidadesda empresa. Como achados do estudo constatamos que a internacionalização da empresa foimotivada pela possibilidade de acesso a mercados através da presença em diferentes blocoseconômicos, tendo como critério fundamental as barreiras fitossanitárias; e a transferência desua excelência operacional para geração de valor em outros mercados, aproveitando-se decenários favoráveis, muitas vezes ligados a fatores cambiais. As formas de entrada preferidasforam por meio de aquisições e “joint-ventures”. Verificamos também que, no setorestudado, a distância psíquica da empresa brasileira para os mercados maduros é pequena e,surpreendentemente, que esta distância é maior em relação a outros países emergentes; apenasa distância administrativa se mostrou relevante para entrada nos mercados maduros, podendoconstituir uma barreira. O modelo de gestão é caracterizado pelo controle por resultadoscentralizado e pela transferência de vantagens competitivas desde a matriz. Ademais, aempresa fornece autonomia para que o modelo seja adaptado localmente, preservando asexpertises de cada subsidiária e aproveitando-as, na medida do possível, para outros locais.
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