Estratégias de Internacionalização de Empresas Emergentes: Um Estudo Comparativo de Casos Brasileiros
Informações
Código: ESO2574
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 08 - Negócios Internacionais
Autores
Carlos Roberto Domingues, Janaína Maria Bueno
Resumo
Com o aumento do interesse sobre as economias emergentes e, consequentemente, sobre suasempresas, especialistas e acadêmicos têm estudado a internacionalização das chamadasmultinacionais emergentes. Este movimento recente não significa dizer que as teorias emodelos anteriores não sejam úteis, porém, é preciso analisar, de forma mais abrangente, umasérie de fatores específicos do contexto e da gestão deste tipo de empresa (GAMMELTOFTET AL, 2010). Assim, este artigo analisa as estratégias de internacionalização utilizadas porseis empresas emergentes brasileiras comparando-as com alguns dos modelos deinternacionalização.A pesquisa é de abordagem qualitativa e foram feitas entrevistas em profundidade comprofissionais do nível de gerência das empresas. Foi utilizada a análise de conteúdo paraencontrar os elementos que explicam as estratégias de internacionalização e os elementosinerentes ao contexto de economias emergentes. As empresas foram divididas em três gruposde acordo com o seu tempo de internacionalização (Grupo I - mais de dez anos; Grupo II -entre cinco e dez anos; e Grupo III - menos de cinco anos).Pode-se perceber que para as empresas internacionalizadas a mais tempo, do Grupo I, oselementos maturidade e capacidade econômica estabeleceram maior velocidade deinternacionalização, uma vez que os custos desta estratégia são altos e envolvem expertisesadequadas ao processo. Tanto as empresas do Grupo I como as do Grupo IIIinternacionalizaram-se buscando atender as suas demandas de novos mercados visando a suaexpansão e, sempre que possível, a proximidade com as culturas de seus novos mercados.Outro elemento impulsionador foi a percepção da tendência de diminuição de seus mercadosnacionais no médio e longo prazos. A diferença entre os grupos foi que as empresas do GrupoI utilizaram a aquisição como forma de inserção no exterior e as empresas do Grupo IIIabriram novas unidades no exterior. Já nas empresas do Grupo II, o elemento impulsionadorda internacionalização foi a busca por novos mercados com a real possibilidade de redução deseus custos de produção.Considerando os modelos de internacionalização, percebeu-se que para as empresas dosGrupos I e III os modelos econômicos de ciclo de vida do produto (VERNON, 1966 e 1979) edo paradigma eclético (DUNNING, 1980; 1988 e 2000) ajudam a explicar as motivações paraa internacionalização e o modelo de Uppsala (JOHANSON e VAHLNE, 1979, 2009) explica,pelo menos em parte, as decisões de escolha de alguns poucos países. Já para as empresas doGrupo II, o modelo de ciclo de vida do produto, não é motivo para a internacionalização, poisos seus produtos e serviços estão em fase de crescimento em seu mercado nacional. Nestegrupo, as escolhas tiveram mais a ver com as oportunidades do setor (no caso da empresa delogística e transporte) e as características dos produtos e serviços (na empresa de tecnologiade automação comercial).
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