EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


A Legitimação da Internacionalização no Processo da Estratégia: um olhar crítico sobre sua hegemonia funcionalista e sobre o Brasil no contexto internacional


Informações

Código: ESO2028
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 08 - Negócios Internacionais

Autores

Emili Thais Bezerra de Oliveira, Brigitte Renata Bezerra de Oliveira, Erica Piros Kovacs

Resumo

Os estudos em Estratégia no exterior e no Brasil centram seus esforços notadamente nosaspectos mais econômicos e prescritivos do campo. A área da administração estratégica éorientada por uma lógica hegemônica funcionalista e por sua abordagem tipicamentepositivista. Em seu turno, as orientações epistemológicas do campo de pesquisa sobrenegócios internacionais são posicionadas sob a égide do processo de estratégia das empresas(MELIN, 1992), adotando, naturalmente, a mesma orientação economicista e prescritiva. Pormeio da teoria institucional, o fenômeno da internacionalização pode ser analisado através dalente da legitimação (MEYER; ROWAN, 1992) a qual orienta os estudos e práticasorganizativas da estratégia e da internacionalização. Esta lente parece amalgamar aperpetuação de modelos desenvolvidos em contextos outros que não a realidade de paísescomo o Brasil. Em busca de trazer mais calor à discussão, o pensamento pode ser conduzidopara o quão as teorias de internacionalização podem adotar a manutenção da dialéticadependência (MARINI, 1991) dos países não desenvolvidos àqueles que detêm o capital, emsuas relações de troca. Diante do quadro, este ensaio teórico provocativo discute a legitimaçãoda internacionalização como continuidade do processo da estratégia das firmas versus adialética da dependência entre as nações. São discutidas a ontologia e a epistemologiaestratégia empresarial e da internacionalização, à ótica da Teoria Institucional, sobretudo àimportância da legitimação ambiental na conquista e sustentação da vantagem competitiva.No debate, constata-se a adoção mimética dos paradigmas dominantes de especialização naspráticas organizativas, fundamentada essencialmente nos postulados de Vernon (1966), Porter(1989) e Dunning (1988), bem como é notada a influência do agente externo comoimpulsionador da internacionalização das empresas em países em desenvolvimento. Destacaseque, de modo geral, as investigações no Brasil apresentam esforços para adequação dasprincipais abordagens teóricas sobre internacionalização “importadas” para o entendimento deempresas nacionais. Em seguida, são apresentados os postulados de Furtado (2002) e Marini(1991), os quais defendem a importância dos países em desenvolvimento assumiremontologia própria nos estudos e práticas organizacionais. Na referida e imperiosaglobalização, os estados são interdependentes; todavia, tal interdependência e competiçãoentre empresas nacionais, não necessariamente deve agir no sentido de enfraquecer aseconomias do país (FURTADO, 2002). Nesta linha e contrariando o que dizem as teoriasliberais, a economia exportadora é algo maior que o produto de uma economia internacionalfundamentada na especialização produtiva. Por fim, declara-se que as reflexões engendradasconsistem em um esforço em nossa tomada de consciência, a partir de uma formação pautadapela hegemonia funcionalista como modo de gestão das organizações nacionais einternacionais.

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