ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E RECURSOS ESTRATÉGICOS: um estudo em destilarias do Estado do Paraná

Informações

Código: ESO1516
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 04 - Estratégias Empresariais e Corporativas

Autores

Cleiciele Albuquerque Augusto, José Paulo de Souza, Sílvio Antonio Ferraz Cário

Resumo

Neste artigo apresenta-se como objetivo compreender como se configuram as estruturas degovernança, ao se considerar recursos e capacidades diferenciadas, nas relações envolvendoprodutores e processadores em destilarias no Estado do Paraná. Esse entendimento é buscadoa partir dos aspectos complementares das abordagens da Economia dos Custos de Transação(ECT) e da Visão Baseada em Recursos (VBR), visando apreender como elas interagem naconfiguração dos limites da firma. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, descritivae de corte transversal, com perspectiva longitudinal. Os dados foram coletados por meio deentrevistas semi-estruturadas com gerentes agrícolas e produtores contratados de cinco, dassete, destilarias paranaenses e, posteriormente, foram interpretados por meio do método deanálise de conteúdo. Os resultados demonstraram forte tendência para estruturas tendendo àintegração vertical, que se dão, em sua grande maioria, por meio de parceria do tipoarrendamento. A segunda opção de arranjo organizacional tem sido o contrato de parceriaagrícola, seguido pelo contrato de fornecimento. A integração vertical e o mercado não sãonormalmente empregados. Em relação aos recursos estratégicos capazes de gerar vantagemcompetitiva para as destilarias, a localização e a distância média das propriedades contratadasforam os mais citados. Além desses, a capacidade de expansão (devido à fertilidade do solo,abundância de áreas mecanizáveis e ausência de competidores), a transparência, bem como areputação, a fidelidade, a tradição e o conhecimento foram outros recursos estratégicosidentificados. A complementaridade é ratificada a partir da consideração de que os recursosestratégicos identificados, tais como localização, distância, conhecimento, entre outros,influenciam na escolha de estruturas de governança mais integradas verticalmente. Essas, porsua vez, são escolhidas para explorar, proteger e obter vantagens competitivas por meio docontrole obtido sobre esses recursos. Além disso, a escolha das destilarias em controlar, ou aomenos participar do plantio e colheita da cana, se dá devido às suas capacidades internas(VBR) que, na maior parte das vezes, são superiores a dos contratados, e não somente devidoaos custos de transação envolvidos (ECT). Conclui-se, portanto, que a escolha das relaçõescontratuais mais verticalizadas como forma predominante de estrutura nas destilariaspesquisadas ocorre porque, além de proteger os ativos específicos e recursos estratégicoscontra comportamentos oportunistas, esse tipo de relação permite às destilarias o controlenecessário para obter e explorar vantagens competitivas a partir desses recursos.

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