EnANPAD 2011

Trabalhos apresentados


Barreiras à Adoção de Melhores Práticas de Governança Corporativa: percepções dos diretores de relações com investidores das empresas listadas na BM&FBovespa


Informações

Código: ESO1164
Divisão: ESO - Estratégia em Organizações
Tema de Interesse: Tema 04 - Estratégias Empresariais e Corporativas

Autores

Vera Maria Rodrigues Ponte, Marcelle Colares Oliveira, Oderlene Vieira de Oliveira, Lindenberg Araújo Aragão

Resumo

Este artigo tem como principal objetivo identificar as percepções dos diretores de relaçõescom investidores (DRI), das empresas listadas na BM&FBovespa, acerca das barreiras àadoção de melhores práticas de governança corporativa. O estudo analisa, especificamente, apercepção dos executivos das empresas listadas nos níveis diferenciados de governançacorporativa em comparação com a dos executivos das empresas listadas no mercadotradicional. Com tal propósito, foi enviado questionário estruturado a 415 empresas, sendo157 delas listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa e 258 no mercadotradicional. Os dados foram analisados por meio de técnica descritiva, compreendendomedidas de tendência central e de dispersão. Foram também aplicados testes de igualdadeentre médias amostrais (modelo Mann-Whitney). Os resultados da aplicação da técnicadescritiva mostraram que as percepções acerca das barreiras à adoção de melhores práticas degovernança corporativa diferem entre os dois grupos estudados. A B09–Elevação de custos,por exemplo, foi considerada a maior barreira à adoção de melhores práticas (1ª posição noranking) pelos DRI das empresas do mercado tradicional, alcançando média 4,34, situadaentre grande e extremamente importante. Enquanto isso os DRI das empresas dos níveisdiferenciados de governança corporativa perceberam a B09 como barreira de pouca ou médiaimportância, com média 2,46, ficando na 11ª posição do ranking. Na aplicação do teste dehipótese foi possível verificar que em 10 das 13 barreiras investigadas, os dados indicam arejeição da hipótese nula de igualdade de importâncias entre médias atribuídas às barreirasnos dois grupos. Desse modo, pode-se afirmar que a evidência amostral favorece a hipótesede que as importâncias atribuídas às barreiras pelos DRI das empresas dos níveisdiferenciados de governança corporativa são diferentes daquelas atribuídas pelos DRI domercado tradicional. Cabe destacar que em apenas três barreiras, as percepções dos doisgrupos não foram significativamente diferentes. São elas: B01–Emissão apenas de açõesordinárias, B06–Restrições à negociação de ações por parte de administradores econtroladores e B07–Conselho de administração – no mínimo um quinto dos membros devemser independentes. Com relação à B01–Emissão apenas de ações ordinárias, entende-se serreflexo do receio de perda de controle ocasionado pelo compartilhamento de poder,evidenciado em ambos os segmentos de mercado. Dentre as barreiras que assinalaramdiferenças de importância entre os dois grupos, destaca-se a B05–Manutenção de parcelamínima de ações em circulação, representando 25% do capital (free float), que chama aatenção pela grande discrepância, tendo alcançado a segunda posição na visão dos DRI dasempresas listadas níveis diferenciados de governança corporativa e o décimo lugar napercepção dos DRI das companhias do mercado tradicional. O resultado sugere que amanutenção da parcela mínima de 25% das ações em circulação não é tarefa simples de serempreendida, e, talvez por ainda não terem vivenciado tal experiência, o desafio sejasubestimado pelos DRI das empresas do mercado tradicional.

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