Capital Social: uma Visão Integrada

Informações

Código: EOR291
Divisão: EOR - Estudos Organizacionais
Tema de Interesse: Tema 09 - Indivíduos, Grupos e Comportamento em Organizações

Autores

Diego Marconatto, Eugenio Avila Pedrozo

Resumo

O capital social é atualmente considerado um conceito fundamental nas ciências sociais. Nosúltimos anos, esse recurso vem sendo analisado em relação aos mais diversos fenômenossociais e econômicos. Disto decorre uma significativa ampliação no seu significado, o que,por sua vez, desdobra-se na multiplicação de diferentes conceitos. Essa pluralidade conceitualfaz menção a pressupostos, correntes teóricas e empíricas por vezes tão diversas e estranhasumas as outras, que alguns autores chegam a questionar a validade, eficácia e mesmo aexistência do capital social. Neste artigo, mostramos que uma das maiores limitações dosprincipais conceitos existentes de capital social reside no reducionismo de seus escopos.Argumentamos que estas definições ainda tendem a estreitar as causas e efeitos deste recursoa apenas uma força ou duas forças de estruturação social (indivíduos, ou redes ouinstituições), mesmo embora ele normalmente tenha antecedentes ou efeitos em todas as trêsforças. A consideração mútua destas três forças e das suas inter-relações é determinante paraa construção de um conceito de capital social aderente à realidade, visto que os indivíduossintetizam suas respostas comportamentais aos estímulos recebidos simultaneamente deredes, instituições e pares (e de si mesmos), os quais embora sejam irredutíveis entre si,mantêm pressões mútuas de reprodução ou transformação. Com base nestas constatações,propomos um conceito abrangente de capital social, que abarque estas três forças e as suasmúltiplas relações. Para tanto, partimos de várias classificações conceituais de capital social(ADLER, KWON, 2002; OSTROM, AHN, 2003; SERALDIN, GROOTAERT, 2000; VANBASTELAER, GROOTAERT, 2001). Após, analisamos como estas classificaçõesconvergem para indivíduos, ou redes ou instituições. Posteriormente, apresentamos o modelodas três forças sociais de Beckert (2010), que resume o pressuposto teórico central da nossaconstrução. Apresentamos como o capital social individual, de rede e institucional operam eafetam-se mutuamente, aumentando ou diminuindo seus estoques. Por fim, apresentamos umframework integrado que ilustra o novo conceito proposto para este recurso: Capital social é abenevolência engendrada pela interação mútua das três forças sociais (indivíduos, redes einstituições) e que pode ser utilizada pelas mesmas para facilitar a sua ação. Suas fontesresidem nas relações sociais e institucionais dos atores individuais ou coletivos, sociais ouinstitucionais, localizados nos diversos níveis de um determinado campo. E seus efeitosocorrem sobre os fluxos de informações, e o potencial de solidariedade e influência destesmesmos atores.

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