O Modelo de Cinco Fases do Processo de Criação de Conhecimento Organizacional: Uma Aplicação Prática
Informações
Código: EOR1667
Divisão: EOR - Estudos Organizacionais
Tema de Interesse: Tema 02 - Conhecimento, Aprendizagem e Inovação
Autores
Erlaine Binotto, Marina Keiko Nakayama, Elisabete Stradiotto Siqueira
Resumo
Este artigo visa analisar as contribuições que o modelo de cinco fases do processo de criaçãode conhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997) pode trazer para a gestão de propriedadesrurais. O modelo de criação de conhecimento apresentado por Nonaka e outros autores emdiferentes estudos (NONAKA, 1991; 1994; NONAKA; UMEMOTO; SENOO, 1996;NONAKA; TAKEUCHI, 1997; NONAKA; KONNO, 1998; NONAKA; REINMOELLER;SENOO, 1998; NONAKA; REINMOELLER, 2000; NONAKA; TOYAMA; KONNO, 2000;NONAKA; REINMOLLER; TOYAMA, 2001; NONAKA; TOYAMA; BYOSIERE, 2001)desenvolve uma abordagem que traz o processo social e epistêmico num modelo coerente,relacionando a inovação aos conhecimentos tácitos e explícitos da organização. Trata-se deuma pesquisa descritiva de caráter qualitativo. Delineia-se por estudo de casos comprodutores rurais do Brasil e Austrália utilizando-se de documentação e observação in loco,questionário, entrevista e focus group, além de observação e análise documental nas duasrealidades. As categorias de análise utilizadas são as cinco fases do processo de criação deconhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997). Para a análise dos dados qualitativos utilizou-seanálise de conteúdo de Krippendorff (2004). Os dados indicam que a maneira de conduzir osnegócios pode afetar a forma como se dá a criação de conhecimento. Numa propriedade ondeas pessoas buscam socializar, questionar, inovar constantemente, há maior espaço paratransformar conhecimento tácito em explícito. Pessoas mais abertas ao novo e aoquestionamento de suas práticas demonstraram apresentar maiores possibilidades de criar umcampo de interação para que o conhecimento seja criado. Assim, a criação de conhecimentopode ser dependente de qualidades pessoais, tais como curiosidade, insights, ideias edeterminação, ou seja, depende de pessoas aplicando conhecimentos em meios que lhestragam soluções úteis para velhos e novos problemas. Embora, no contexto que envolve osprodutores rurais, haja disponibilidade e ocorra compartilhamento de conhecimentos,experiências e informações, é importante que sejam utilizados na prática e, além disso, queproduzam resultados concretos para eles. Diante disso, surge a necessidade do registro dasmelhores práticas e do que já foi aprendido, ou seja, dos resultados obtidos com a utilizaçãodessas experiências, informações e conhecimentos. O conhecimento tácito dos produtoresrurais está presente em diversas formas e meios, podendo tornar-se explícito nos produtos eprocessos. Pode-se inferir que, ao se tratar do conhecimento tácito, é essencial encontrarformas de as pessoas manterem contato frequente, ou seja, criar um campo de interação paraque as trocas ocorram e o tácito se manifeste espontaneamente ou ao acaso. As organizaçõessão vistas como um espaço para o convívio humano e para a realização de trocas através dacooperação, do engajamento, da confiança, da criatividade e da valorização.
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