GESTÃO DE CUSTOS INTERORGANIZACIONAIS: EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS EM HOSPITAIS PRIVADOS NO BRASIL
Informações
Código: CON1275
Divisão: CON - Contabilidade
Tema de Interesse: Tema 05 - Controladoria e Contabilidade Gerencial
Autores
Reinaldo Rodrigues Camacho, Romildo de Oliveira Moraes
Resumo
O setor hospitalar privado é responsável por 62% dos leitos para internação no país (IBGE2010). 43 milhões de pessoas possuem plano de saúde e se utilizam dos serviços hospitalaresoferecidos pela iniciativa privada (ANS 2010). Laboratórios, fabricantes de equipamentoshospitalares, hospitais privados e operadoras de planos de saúde, dentre outros, fazem parte deum sistema que precisa funcionar para atender a uma demanda que é sempre crescente. Ospotenciais benefícios da GCI podem ser uma alternativa viável para qualquer setor daeconomia melhorar suas margens de lucro e enfrentar a concorrência. Diante disso, o estudoteve como objetivo investigar e identificar os fatores que favorecem e os que inibem a Gestãode Custos Interorganizacionais (GCI) por parte de hospitais privados no Brasil. Para Tomkins(2001, p. 180-181), as organizações podem formar alianças com propósitos de (i) reduzircustos e melhorar a qualidade dos produtos ou serviços, (ii) acelerar o acesso a tecnologias abaixos custos, (iii) desenvolver novos produtos e aproximar mercados (alianças estratégicas),(iv) desenvolver novas tecnologias (consórcios de pesquisa) e (v) desenvolver novos negócios(joint ventures). Interdependência, estabilidade, cooperação, benefícios mútuos e confiançasão fatores apontados como relevantes na formação de alianças com finalidades de gestãoconjunta de custos. São fatores chave no processo e a ausência de um deles podecomprometer ou inviabilizar todo o processo. Como instrumento de coleta de dados umquestionário estruturado foi aplicado a uma população de 40 hospitais e 32 foram respondidose considerados válidos para análise. Os dados foram processados e analisados por meio derecursos da estatística descritiva e de teste de médias. A interpretação dos dados revelou que,sob a perspectiva dos hospitais pesquisados, os fatores ‘confiança nos planos de saúde’ e‘expectativa de divisão de benefícios econômicos com planos de saúde’ são inibidores daGCI. Todos os demais fatores investigados foram considerados favoráveis à GCI. Os achadospermitem afirmar que os hospitais pesquisados confiam mais em seus fornecedores do que nasoperadoras de planos de saúde. Em se tratando de ‘cooperação’ para resolução dos problemasque surgem no dia-a-dia, sob a ótica dos hospitais, os fornecedores estão mais dispostos acooperar do que os planos de saúde. No que diz respeito à divisão justa de benefícioseconômicos advindos de possível parceria com foco na gestão conjunta de custos, napercepção dos hospitais, as expectativas maiores recaem sobre os fornecedores. Os dadosdemonstram que os hospitais percebem seu relacionamento com os fornecedores mais estávele mais maduro do que com os planos de saúde. Corroborando evidências empíricas depesquisas anteriores, os dados apontam para uma dependência econômica e financeira doshospitais em relação às operadoras de planos de saúde.
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