Sustentabilidade: Economia e Ecologia Sustentáveis?
Informações
Código: CON1565
Divisão: CON - Contabilidade
Tema de Interesse: Tema 02 - Contabilidade e Responsabilidade Socioambiental
Autores
Eloy Antônio Fenker, Elaine Ferreira
Resumo
O objetivo deste ensaio é apresentar referenciais e proceder a uma análise crítica dosfundamentos teóricos que envolvem o conceito de sustentabilidade. O contexto em que seexamina é o da sustentabilidade sistêmica – econômica, social e ambiental. O crescimentoeconômico de um país, relacionado com o aumento da produção de bens de consumo, visagerar lucros para as organizações que os fabricam. Essa produção gera resíduos, que por suavez podem ser os responsáveis por danos e impactos ambientais negativos. Em 1968, o Clubede Roma alertava para as conseqüências do crescimento econômico e consumo, propondo umlimite para os mesmos. Na ocasião havia estudos que indicavam a possibilidade doesgotamento dos recursos naturais e o exagerado crescimento populacional. No campo daecologia populacional, ramo da biologia, estudos estão sendo desenvolvidos sobre aspopulações, seu crescimento, sua adaptação e causas de extinção, que contribuirão com oconceito amplo de sustentabilidade. Pesquisas demonstram que quanto maior o tamanho dapopulação maior é a competição pelo uso dos recursos necessários à vida. Porém, a naturezatem mecanismos para induzir ao equilíbrio, como, por exemplo, a contenção do crescimentodessa população. Sociólogos argumentam que a industrialização, além dos benefícios quetrouxe para a humanidade, também causou malefícios, como a desumanização do trabalho e adegradação do meio ambiente natural. Numa tentativa de amenizar essas situações, leis foramcriadas em todo o mundo. O problema que se coloca está em determinar o nível e ascondições sustentáveis de atuação econômica e, o papel das organizações para atender asnecessidades de bens e serviços dos indivíduos para terem uma vida digna, mantendo oequilíbrio dos ecossistemas. Surgem algumas questões: Seria isso possível? A economiacomporta o respeito à natureza como obrigação primária? O lucro e incentivo ao consumojustificam eticamente os danos ambientais irreversíveis? Dado que acesso ao consumosomente ocorre para os detentores de recursos financeiros, como proporcionar asustentabilidade ambiental assegurando distribuição equitativa dos recursos? Quem deve arcarcom os ônus dos danos ambientais do consumo: as organizações ou a sociedade como umtodo? Então, na lógica atual, as organizações buscam maximização de seus resultados (lucros)através da produção, a sociedade deseja consumir bens e serviços, mas as demandasambientais visam o bem-estar e sobrevivência das espécies, inclusive a humana. Não há umdenominador comum entre esses atores. O conflito é inevitável. A mediação desse conflitopassa pela cultura, pelos sistemas de crenças e valores da sociedade e das organizações, deforma transdisciplinar, incorporando conhecimentos de várias áreas. Ao final, sugeriu-se aincorporação, no pensamento administrativo e na formulação de estratégias das organizações,de conceitos multidisciplinares relacionados com a ecologia e de indicadores não monetáriosde medição da sustentabilidade, bem como que as organizações assumissem o papel deresponsáveis pela construção social do bem estar das populações.
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