CONEXÕES POLÍTICAS E DESEMPENHO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBovespa: Análise sob a ótica da governança e da dependência de recursos

Informações

Código: CON2896
Divisão: CON - Contabilidade
Tema de Interesse: Tema 01 - Contabilidade e Governança Corporativa

Autores

Sílvio Parodi Oliveira Camilo, Rosilene Marcon, Rodrigo Bandeira-de-Mello

Resumo

Este estudo apresenta uma pesquisa que pretende contribuir para a disseminação dos estudosorganizacionais que aliam governança e performance das corporações. Investigar asdiferenças de performance das firmas tem sido prática constante, notadamente nos campos dacontabilidade, finanças e estratégias. A governança das corporações, por meio de seusmecanismos, orienta os tomadores de decisões sobre a forma como a firma deve seradministrada para atingir um desempenho superior. Este trabalho adota a ótica da teoria dadependência de recursos para investigar as conexões políticas das firmas, associando asrelações da administração (conselho de administração e executivos) ao desempenho. Firmasbuscam estreitar certos vínculos com o ambiente para extrair e preservar recursos essenciaisao seu valor (HILLMAN; KEIM, 1995; AGRAWAL; KNOEBER, 2001; FISMAN, 2001;JONHSON; MITTON, 2003). A interdependência da organização com o ambiente externoafeta a autonomia e estabelece incerteza em relação ao futuro, impondo necessidades distintase diferentes estratégicas entre as firmas (PFEFFER, 1972; BAZERMAN; SCHOORMAN,1983; PFEFFER; SALANCIK, 2003). Considerando que as ações políticas das firmas sãoinstrumentalizadas por mecanismos internos de governança, torna-se importante investigar asimplicações das decisões dessas estruturas e o papel político influente na performance. Há umcorpo teórico que investiga as ligações sociais das firmas por intermédio dos administradores,entendidos como membros do conselho de administração e executivos. Podem ser citados osestudos de Johnson, Daily e Ellstrand (1996), Westphal (1999) e Lynall, Golden e Hillman(2003). A literatura sobre a governança política das firmas e os efeitos na performance,embora reúna uma série de trabalhos sobre o tema, reivindica novas contribuições. Por meiodo delineamento dos construtos e proxies, o trabalho apresenta um estudo longitudinalcompreendendo o período de análise de 1998 a 2009. De acordo com o propósito da pesquisa,o período de abrangência foi estabelecido de acordo com os mandatos presidenciais: segundodo presidente Fernando Henrique Cardoso (1999 a 2002), o primeiro (2003 a 2006) e parteexpressiva do segundo período de mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva (2007 a2009). As métricas de performance foram elaboras de acordo com as médias dos períodos demandato. A população é composta por firmas não financeiras e não permissionárias listadasna Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). A partir do corpo teórico, duas hipótesesforam testadas. O estudo é longitudinal, adota o modelo multivariado de dados em painel e ométodo de efeitos fixos (fixed effects), em relação a firma e o tempo. Os resultados apontamque a exploração de canais de conexão com o ambiente externo possibilita o aumento devalor a firma ? medidos pelo Q de Tobin (modelos I e II) e Market-to-book (modelo I) ?.Esses indicadores estão associados a risco e incerteza. Essa aproximação, firma-governo, trazcertas vantagens traduzidas acesso a financiamentos; captação de negócios; garantindo o fluxode recursos essenciais à continuidade e à geração de valor.

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