Gerenciamento de Desempenho de Servidores Públicos: Estudo sobre a Cooperação e a Resistência dos servidores à Implantação da Avaliação de Desempenho Individual pelo Governo de Minas Gerais

Informações

Código: APB780
Divisão: APB - Administração Pública
Tema de Interesse: Tema 05 - Dimensões Intra Organizacionais das Organizações Públicas

Autores

Antônio Luiz Marques, Kelly de Morais, Ariane Rocha Albergaria

Resumo

O objetivo central deste trabalho foi identificar o nível de cooperação e de resistência dosservidores públicos do estado de Minas Gerais em relação às mudanças implementadas pelogoverno estadual nas políticas e nas práticas de gestão de pessoas a partir da implantação daAvaliação de Desempenho Individual (ADI). O referencial teórico adotado aborda asprincipais contribuições teóricas sobre os temas “mudança organizacional”, “resistência àmudança”, “mudança organizacional no setor público”. Ênfase é dada aos planos de reformado estado e de modernização da gestão de pessoas, propostos pelo governo de Minas Gerais,no âmbito do Choque de Gestão, para o período de 2003 a 2010. Abordam-se, também, osantecedentes, os desafios e as características do projeto Choque de Gestão e ressalta-se ospressupostos e as ferramentas da política de gestão de pessoas e as mudanças introduzidascom a implantação da Avaliação de Desempenho Individual, como ações referentes àpromoção do alinhamento das pessoas aos objetivos estratégicos do plano de governo. Tratasede uma pesquisa de natureza explicativa e descritiva. De uma população de 141.167servidores, a amostra foi calculada e estratificada por secretaria, com erro amostral de 0,05%.Ao todo, 925 servidores – 347 da Secretaria de Estado da Educação, 252 da Secretaria deEstado do Planejamento e Gestão, e 326 da Secretaria de Estado da Saúde – responderam àpesquisa. Os dados foram coletados por meio de questionário fechado, análise de documentose entrevistas com gestores da política de recursos humanos. A análise dos dados revelou que amaioria dos servidores rejeita a implantação da Avaliação de Desempenho Individual ouresiste a ela, não compreende suas potencialidades, considera-a inconsistente, já teveexperiência negativa quanto a este tipo de programa e não acredita que este instrumentopermitirá a consecução dos objetivos para os quais foi criado. Os servidores que maiscooperam com a implantação da ADI têm até 35 anos ou mais de 45 anos, escolaridade eremuneração até sete salários mínimos e menos tempo de trabalho no serviço público. Os quemais resistem têm escolaridade mais elevada, remuneração acima de sete salários mínimos emais tempo de trabalho no serviço público. A maioria dos servidores está indecisa se apóia ounão a implantação da ADI. Os servidores mais indecisos são aqueles do sexo feminino,aqueles que têm mais de 30 anos e aqueles que têm filhos. A ADI não se revelou como umaameaça ao convívio social no local de trabalho. Conclui-se também que grupo não pressionaos servidores a apoiarem ou não o programa. Finalmente, os servidores ainda não estãoconvencidos de que a ADI e os demais instrumentos de gestão a ela associados serão capazesde extinguir as práticas do empreguismo e da influência política em prol de uma abordagemgerencialista para administrar pessoas no serviço publico de Minas Gerais.

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