Simpósio 2008

Apresentação


XXV Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica


"Inovação, Cultura e Empreendedorismo"
Hotel Grand Bittar
Brasília / DF

22 a 24 de outubro de 2008

O XXV Simpósio foi realizado na cidade de Brasília, DF, e foi uma promoção da ANPAD. O tema central escolhido foi Inovação, Cultura e Empreendedorismo.

Foco temático
Pesquisas apontam que, mesmo no início do Século XXI, o índice de mortalidade de pequenas empresas brasileiras ainda é elevado. Paradoxalmente, estudos internacionais apresentam o Brasil contendo alto nível de empreendedorismo. O que se vê, no entanto, são tão somente novos negócios, geralmente meras reproduções de pequenas (porque acessíveis) histórias anteriores de sucesso. Sem planejamento, sem gestão estratégica, apenas com técnicas tradicionais de gestão, com planos de negócios cuja mecânica sustenta-se em caminhos já trilhados, poucos são os casos onde o empreendedorismo apresenta-se como um processo que envolva novos conhecimentos e produtos que, devidamente respaldados pelo mercado, possam ser chamados de inovação.

Esta realidade é reforçada em recente estudo realizado pelo IPEA, com base na PINTEC, ressaltando o perfil da indústria brasileira. A partir de extensa pesquisa com as empresas brasileiras, evidenciou-se que apenas 1,7% delas apresentam características que podem ser enquadradas como inovadoras. Num quadro de 70 mil empresas, isso representa pouco mais de mil!

Levando-se em consideração a cultura, o processo empreendedor e a inovação do contexto brasileiro, é possível traçar um paralelo no mínimo preocupante. A aparente ausência de uma cultura empreendedora, preditora de atitude de inovação, tem trazido conseqüências negativas para o desenvolvimento do país. Não parece haver, entre uma parcela significativa de empresários, executivos e homens de negócio deste país, forte evidência do que Schumpeter uma vez definiu como espírito empreendedor, ou seja, uma cultura de empreendedorismo e inovação plenamente incorporada aos processos de tomada de decisão estratégica. Muito pelo contrário, ainda povoam o cenário nacional, empresários conservadores e pessimistas.

Afinal, o que acontece no cenário nacional? Qual a lógica de criação de novos negócios? Qual a percepção do empresariado brasileiro sobre inovação e empreendedorismo? É possível estimular novos negócios inovadores? Que traços culturais, que comportamento e que atitude são necessários para o empreendedor brasileiro ser inovador? O que é necessário para termos inovação?

O que parece haver, de forma tímida, é a emergência de um “novo empresariado”. Líderes de empresas que vencem, internamente e no mercado internacional, esses empreendedores apresentam clara visão de futuro e ações deliberadas em busca de inovação. Nos mais diferentes setores, os anos de consolidação de uma base industrial, da busca pela produtividade e pela qualidade, guiaram algumas empresas para o sucesso competitivo via inovação.

Urge, então, que se realize o debate relativo ao empreendedorismo associado ao debate sobre cultura empresarial que visa, deliberadamente, à inovação. Se a cultura ajuda a desenhar os traços básicos de uma atitude voltada ao empreendedorismo schumpeteriano, a inovação é a prova concreta do sucesso de todo esforço empreendedor.

Partindo do pressuposto que empreendedorismo e inovação são conceitos intimamente ligados, propõe-se que este XXV Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica possa ser o fórum científico, reunindo pesquisadores, empresários e gestores públicos com o objetivo de refletir e discutir, entre outros:
• a relação entre cultura nacional e organizacional, inovação e empreendedorismo;
• o pensamento do empreendedor brasileiro sobre empreendedorismo e inovação;
• as relações e interfaces de empreendedorismo com inovação;
• a necessária mudança do quadro institucional brasileiro;
• o papel da internacionalização, da open innovation e da circulação de recursos na cultura empreendedora;
• as políticas de estímulo à cultura empreendedora e à inovação;
• a necessária configuração de um novo padrão de relações entre universidades & centros de pesquisa, governo e empresas; e
• os gastos de P&D e o perfil “operacional” dos novos negócios.